Somos, enfim, federativos

*Hamilton Bonat

A República Federativa do Brasil não é nada federativa. Tradição que herdamos de Portugal. O poder centralizador da Coroa sempre nos seduziu. Algumas coisas resultaram de positivo, como a manutenção da nossa integridade e gigantismo territorial. Mas não muito mais…

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Durante anos, o Rio de Janeiro deu as cartas. Agora é Brasília. Dela, os inúmeros e diferentes brasis recebem ordens, na forma de leis e decretos iguais para todos. Gaúchos e amapaenses, paulistas e pernambucanos, são tratados do mesmo jeito, embora vivam realidades bem distintas.

Entretanto, com o advento do malfadado vírus chinês, surgiu a oportunidade para que os governadores se libertassem um pouco e tratassem do problema específico dos seus estados.

Foi o que o governo procurou fazer. Ao distribuir vultosos recursos a estados e municípios, ele oportunizou que cada pedacinho de Brasil enfrentasse o grave problema. O vírus é o mesmo. As realidades locais, porém, são diferentes.

O governo tentou explicar isso, mas parece que não foi feliz. Pode ser, até, que tenha havido falha na comunicação.

A bem da verdade. o que houve realmente foi uma total má-vontade por parte dos principais órgãos de imprensa. Claro que eles entenderam muito bem qual foi a política adotada pelo governo. Mas trataram de distorcê-la.

Preferiram acusá-lo de omissão e inoperância. Pior: analistas do sistema Globo têm-no acusado de genocida.

Ora, bem sabemos que foram dois os mais cruéis regimes genocidas do mundo: o nazista e o comunista, com larga vantagem para este último.

Pois são bem eles – os comunistas – que, aqui no Brasil, empunhando o microfone da rádio CBN, têm acusado o Presidente Bolsonaro de genocida.

Absolvem todos os governadores, que receberam muita grana para resolver a questão, mas não têm conseguido. É óbvio que o problema é de difícil solução. Por isso mesmo, e com razão, governadores não são tratados como assassinos. Mas, sem razão alguma, condenam Bolsonaro.

O que mais admira é a sua total aversão ao uso da hidroxicloroquina. Segundo depoimentos de milhares de médicos, aliada a outras drogas, ela é, por enquanto, a única esperança para salvar vidas. Mas a Rede Globo continua aguardando uma solução milagrosa vinda da Organização Mundial de Saúde.

Divulgação

Se para alguma coisa está servindo esse terrível COVID, é para mostrar que temos que ser menos Brasília, menos Globo, e mais federação, pois todo brasileiro se orgulha do seu pedacinho de chão. E sabe, mais do que ninguém, o que é melhor para os seus conterrâneos, para o seu modo de viver.

O Brasil é um só, mas não é o mesmo. Parece que a Globo e suas emissoras ainda não entenderam isso. Elas, assim como Brasília, tentam impor suas ordens para todo o país.

O assunto na Globo também é um só: COVID. Que saudade do tempo em que ela era toda elogios para as belíssimas e superfaturadas arenas da Copa do Mundo! Afinal, Copa não se faz com hospitais!

*Hamilton Bonat é membro efetivo da Academia de Letras José de Alencar

Fonte: Portal Hamilton Bonat – http://www.bonat.com.br/

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