Biogás tem potencial para transformar passivos ambientais das cooperativas em ativos energéticos

Cartilha digital sobre o tema foi lançada na sexta-feira (17) pela OCB em parceria com a Confederação Alemã das Cooperativas e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás)

biogas

Na última sexta-feira (17), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em parceria com a Confederação Alemã das Cooperativas (sigla alemã – DGRV) e com o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), debateram o potencial energético e como o biogás pode fortalecer o cooperativismo.

No mesmo encontro lançaram a cartilha As energias renováveis no Cooperativismo: oportunidades do Biogás.

evento foi realizado por videoconferência. O secretário adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Hélvio Neves Guerra, apresentaram o tema: A produção de energia renovável pelo consumidor no Brasil: contexto atual e perspectivas futuras para o biogás.

Demanda energética dos cooperados no Brasil

No país existem mais de 14 milhões de cooperados. A demanda energética do cooperativismo é estimada em 8% da produção brasileira. De acordo com Marco Morato, analista técnico e econômico em Energia e Meio Ambiente da OCB, uma das premissas do cooperativismo é desenvolver práticas que tragam benefícios para comunidade.

Em se tratando do biogás, por ser uma fonte de energia renovável, Morato reforça que a solução entrega aos cooperados a oportunidade de tratar passivos ambientais, transformar em ativos energéticos e ainda atende a interesses comuns à sociedade.

“Nós somos demandadores de energia em nossos processos produtivos e, ao longo dessa produção, acabamos por gerar resíduos. O biogás além de mitigar esses impactos ambientais ainda nos permite gerar energia quando a comunidade ou a rede de transmissão precisarem”, afirma.

Este é o 2o fascículo da série As Energias Renováveis no Cooperativismo. A primeira edição trouxe a energia solar como alternativa energética. Camila Japp, gerente de projetos no Brasil do programa desenvolvido pela DGRV – Participação Energia e Bem Estar: Sustentabilidade em Cooperativas na América Latina, explica que na Alemanha existem mais de 800 cooperativas de energia renovável, entre elas as que utilizam o biogás como fonte. De acordo com Japp, a produção de energia renovável compõe a estratégia alemã de transformação energética no país.

“Há o envolvimento das pessoas, empresas e do governo. A maior parte das cooperativas de energias renováveis está localizada na zona rural“, afirma. A gerente que acredita que a cartilha irá despertar a vontade do cooperado e das cooperativas brasileiras de conhecerem mais a respeito do biogás e as oportunidades do biogás. “A cartilha será como uma fonte para buscar orientações”.

Troca de conhecimento

O diretor-presidente do CIBiogás, Rafael González, conta que a construção de conteúdo entre as instituições foi uma troca rica de informações, o que reforçou ainda mais a relevância do biogás como fonte alternativa de energia no Brasil.

“Foi fundamental darmos destaque ao potencial energético a ser explorado, às oportunidades de mercado, à valorização das aplicações energéticas com ênfase a geração de energia elétrica, térmica e o uso do biometano para mobilidade. É uma modelagem de negócios aplicável para todos os tipos de cooperativas, sejam elas agropecuárias, de crédito, de eletrificação rural de consumidores e/ou produtores de energia, ou ainda como intercooperação entre todos os ramos do cooperativismo”, explica e finaliza dizendo que as oportunidades podem ser estruturadas de forma isolada ou intercooperativa.

A videoconferência contou com a participação de autoridades da Associação Brasileira de Biogás – ABiogás, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), ITAIPU Binacional, Organização das Cooperativas do Paraná (OCEPAR), do Fundo Global para Meio Ambiente (GEF) pelo projeto Biogás Brasil, SEBRAE, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTI), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Fonte: Datagro.

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