Centrais de negócios do Paraná participam de encontro nacional

Empresários de pequenas empresas do setor do Vestuário e de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) dividiram suas experiências sobre a operacionalização desse modelo de negócio, em evento realizado na Bahia

O modelo de centrais de negócios, incentivado pelo Sebrae, em que pequenas empresas atuam em conjunto para reduzir custos e aumentar a competitividade no mercado, foi debatido durante o I Encontro Nacional de Centrais de Negócios, que aconteceu na semana passada, em Salvador, na Bahia. O encontro reuniu empresários, consultores e técnicos do Sebrae, que debateram temas importantes relacionados à operacionalização de uma central de negócio.

Outro destaque do evento foi a apresentação de casos de sucesso, de várias regiões do Brasil. Representando o Paraná, empresários da Central de Negócios do APL de Confecção Moda Sudoeste e da Central de Inovação, Desenvolvimento e Negócios Tecnológicos (CINTEC), primeira do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do País, participaram do Encontro Nacional, dividindo a experiência paranaense nesse modelo de negócio.

Outros exemplos de centrais presentes no evento foram a RedePetro da Bahia, referência nacional e uma das pioneiras do setor de petróleo, a Rede CFC-Centro de Formação de Condutores na Bahia, pioneira no Brasil no setor de auto-escolas, a Rede Labforte de laboratórios de Salvador e a Central Agro de produtores de morango de Bom Repouso, sul de Minas Gerais.

Em palestras e talk-shows, os participantes discutiram as formas jurídicas de se formalizar uma central de negócio, a logística, o melhor modelo de gestão, as tendências de formação de redes. Oportunidades para as centrais de negócios também estavam na pauta do Encontro Nacional como a realização de grandes eventos no Brasil, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

A palestra de abertura do evento, ‘Cenários e tendências – Evolução das Centrais de Negócios’, foi ministrada por Jorge Renato Verschoore, doutor em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do MBA em Gestão de Redes de Cooperação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), que há mais de dez anos estuda redes de cooperação.

O consultor do Sebrae/PR, Marcos Uda, da Unidade de Inovação e Competitividade (UIC), reforça que a troca de experiências, proporcionadas por um encontro nacional, resulta em ações práticas de melhorias, avaliados sob a ótica de pontos fortes e fracos. “É importante a troca de experiências e de informação. Assim, os empresários têm a oportunidade de conhecer como está o andamento das centrais de negócios, em todo o Brasil, suas dificuldades e debater soluções que já foram aplicadas, o que cria atalhos no processo”, avalia Marcos Uda.

Solução em competitividade

Economizar com a compra de matéria-prima, de mercadorias, troca de experiência, melhorar o relacionamento com os fornecedores, reduzir custos com marketing e design, promover compras e vendas em conjuntos são algumas vantagens de atuar como uma central de negócios. Uma solução inteligente, pautada no associativismo, que está impulsionando a competitividade de micro e pequenas empresas.

No sudoeste do Paraná, empresas do setor de confecção e vestuário estão ganhando em competitividade com a criação da Central de Negócios do APL de Confecção Moda Sudoeste, que hoje já reúne cerca de 70 pequenas empresas que integram o Arranjo Produtivo Local – APL da Confecção Moda Sudoeste.

A primeira compra em conjunto realizada pelo grupo aconteceu em dezembro de 2008. Antes, porém, os empresários participaram das etapas para a formação da central, utilizando a metodologia do Programa Central de Negócios do Sebrae. A formação da central de negócios contou com o trabalho do Sebrae/PR, Sindicato da Indústria do Vestuário do Sudoeste (Sinvespar) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

“A central de negócio já está estabelecida há um bom tempo e agora os empresários estão avaliando a sua formalização, com a criação de um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). No Encontro Nacional, o empresário Ademilson Belusso apresentou o histórico da criação da central e os projetos para o futuro”, conta Marcos Uda.

Já no norte do Estado, surgiu a primeira central de negócios do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, estabelecida no Brasil: a Central de Inovação, Desenvolvimento e Negócios Tecnológicos (CINTEC). Fundada em maio de 2010, por um grupo de 11 empresas de Londrina e Região, após 15 meses de preparação, a central de negócios foi idealizada para aumentar a competitividade das empresas participantes, promover e ampliar o acesso a mercados e fortalecer o poder de enfrentamento da concorrência. Hoje a CINTEC reúne 29 empresas.

“A central de empresas de TIC é uma referência por ser a primeira do Brasil e no Encontro Nacional foi apresentada nos casos de sucesso setoriais, pelo empresário Carlos Kasuya”, diz o consultor do Sebrae/PR.

Para Marcos Uda, a participação das centrais de negócios paranaenses no I Encontro Nacional de Centrais de Negócios foi fundamental para ampliar o debate sobre como acontece a gestão desse modelo de negócio, bem como a relevância de uma central de negócio contratar um executivo, que seja um profissional com experiência no mercado de cada segmento, na operacionalização da central. (Com Agência Sebrae de Notícias Nacional)

Sebrae/PR