Questões ambientais devem combinar preservação e crescimento

São Paulo – As decisões sobre questões ambientais devem combinar a conservação dos recursos naturais com o crescimento econômico. Essa é a avaliação da superintendente de Infraestrutura e do Meio Ambiente do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, que participou do debate O Meio Ambiente e a Competitividade durante o 5º Encontro Nacional da Indústria, em São Paulo. Segundo Cristina, a palavra de ordem é equilíbrio. “Precisamos ser competitivos e ter um processo de crescimento sustentado. É necessário compatibilizar todos os aspectos: crescimento econômico, atratividade do investimento e proteção ambiental. Todos em total equilíbrio”, disse ela.

Durante o debate, Cristina criticou a atuação de órgãos ambientais que, segundo ela, não compreendem o papel da indústria e não têm uma visão integrada da questão. “O meio ambiente não pode estar separado das outras questões da agenda econômica. A indústria quer desenvolvimento sustentável, mas a área ambiental do governo tem de ajudar a equacionar o problema de como gerar renda e ser sustentável”, defendeu ressaltando que o conflito de competências entre órgãos federais, estaduais e municipais também é um entrave para as indústrias.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Olavo Machado Junior, que fez a mediação dos debates, ressaltou que o meio ambiente está entre as preocupações de grande parte das empresas do país. Segundo ele, muitas indústrias já enxergam oportunidades de melhorar seus resultados a partir de iniciativas de sustentabilidade. “Meio ambiente é negócio, então, é coisa de empresário”, defendeu.

Para o vice-presidente e diretor do Departamento de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Nelson Pereira dos Reis, a agenda ambiental já está incorporada aos processos da indústria, em programas estratégicos e, inclusive, na previsão de custos. “A indústria acompanha e adota esses processos porque tem maturidade para assumir a importância dessas medidas.” O desafio, segundo ele, é fazer com que a sociedade tenha a percepção dessa postura e conheça as ações desenvolvidas.

O representante da FIESP criticou os marcos regulatórios para o licenciamento de novos empreendimentos. Segundo ele, a falta de clareza nas regras leva muitos empreendimentos à Justiça. “Isso afeta a competitividade porque trava o empreendimento e atrasa os investimentos.”

O 5º Encontro Nacional da Indústria é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento, que reúne mais de 1.500 empresários no Transamérica Expor Center, em São Paulo, começou na quarta-feira e encerou nesta quinta-feira, 2 de dezembro.

Fonte: CNI