Competitividade depende de políticas para cadeias produtivas

São Paulo – O desenvolvimento de políticas voltadas a cadeias produtivas setoriais deverá ser a prioridade da agenda de competitividade do Brasil. Essa estratégia foi discutida em reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) , nesta sexta-feira, 3 de dezembro, no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Ela também foi divulgada pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, no 5º Encontro Nacional da Indústria, realizado pela CNI nos dias 1º e 2 de dezembro, em São Paulo. A MEI é uma iniciativa da entidade para aprimorar as políticas públicas de incentivo à inovação e mobilizar o setor empresarial para importância do tema.

A perspectiva é que a criação de agendas temáticas permitirá focar em ações com retorno efetivo. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de políticas específicas para cadeias produtivas respeitará as demandas e necessidades de cada setor. “Podemos aprofundar em políticas para as cadeias setoriais para construir uma indústria forte, competitiva e inovadora”, ressaltou Coutinho. As agendas setoriais, porém, não deixarão de lado as políticas horizontais amplas, voltadas para todos os setores.

O secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antônio Elias, explicou a importância de apostar nas oportunidades mais prementes que tenham forte impacto nas cadeias produtivas internas. “Poderemos atender às demandas de cadeias com potenciais de crescimento, como petroquímica, eletroeletrônica, farmacoquímica, de infraestrutura e logística, entre outras”, exemplificou Elias.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que abriu a reunião da MEI, adiantou que a CNI poderá contribuir com o governo federal na identificação das demandas e necessidades setoriais. “Temos o Fórum Nacional da Indústria na CNI, com 60 entidades empresariais e, por meio dele, poderemos identificar as necessidades setoriais. Poderemos identificar os setores que demandam políticas específicas”, enfatizou Andrade.

O presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e membro do Conselho de Administração da Klabin, Horácio Lafer Piva, considerou fundamental o fortalecimento das agendas setoriais e temáticas, com políticas específicas para as cadeias produtivas. Segundo ele, assim será possível reduzir as deficiências específicas de cada área, de modo que todos os setores estratégicos alcancem patamares parecidos de desenvolvimento. “Há setores que estão à frente da tecnologia e outros na infância”, definiu Piva.

“Uma agenda setorial ajuda a estruturarmos planos futuros de investimentos. Se ficam claras as prioridades, fica mais fácil atrair investimentos de inovação para o país”, avaliou o presidente da IBM Brasil, Ricardo Pelegrini, citando o caso do centro de pesquisa tecnológico da empresa no Brasil, focado em descobertas na área de recursos naturais como petróleo e gás.

Luciano Coutinho e o secretário Luiz Elias enfatizaram ainda a importância da parceria entre o setor público e privado na construção da agenda de competitividade do país, o que tem ocorrido na MEI. Além da CNI, o comitê de líderes empresariais da MEI reúne dirigentes de grandes empresas nacionais, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o BNDES, o MCT e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

“Se não fosse o esforço coletivo e conjunto, não teríamos aprovado a Medida Provisória nº 495”, afirmou Luiz Elias. Aprovada pelo Congresso Nacional semana passada, a medida provisória estabelece margens de preferência, nas compras governamentais, às empresas nacionais inovadoras.

Além da MP 495, o diretor de Operações da CNI, Rafael Lucchesi, elencou como resultados dessa parceria no âmbito da MEI, a aprovação da MP 497, que concede desoneração tributária aos recursos de subvenção econômica destinados à inovação e pesquisa tecnológica; a Portaria 930, criando o Comitê Pró-inovação (sala de inovação), que agrupa diferentes órgãos do governo a fim de ajudar as empresas a implementar projetos de inovação.

Lucchesi lembrou ainda de dois editais, no valor de R$ 100 milhões, sendo um com o SEBRAE e o outro com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), para estruturar núcleos de inovação nos estados. Os núcleos atuarão junto às empresas na implantação de planos de gestão da inovação.

Fonte: CNI

Deixe um comentário