CNI diz que restrição ao crédito reduzirá expansão da indústria

Brasília – O aumento nos depósitos compulsórios decretado pelo Banco Central para reduzir a oferta de crédito afetará o ritmo de crescimento da indústria, previu nesta segunda-feira, 6 de dezembro, o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. “Qualquer medida de restrição monetária impacta os empréstimos para as empresas e causa arrefecimento na expansão da indústria”, disse.

Lembrou que quando há menos recursos disponíveis no mercado, as taxas de juros sobem. Na sua avaliação, os bens de consumo duráveis, geralmente financiados, são os mais sensíveis às restrições ao crédito, mas o pacote de medidas do Banco Central deverá repercutir em outros setores, porque mudará as decisões de consumo da população.

Segundo Castelo Branco, o impacto negativo das medidas de restrição à oferta de crédito na atividade industrial soma-se aos problemas gerados pelos importados. “Essas medidas vão afetar mais as empresas domésticas, especialmente as de pequeno porte, e as pessoas físicas mais endividadas. As empresas importadoras têm mais facilmente acesso ao crédito externo”, estimou.

O gerente da Unidade de Política Econômica da CNI comparou os efeitos trazidos pela medida com aqueles resultantes da elevação da taxa Selic, que voltará a ser analisada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a partir desta quarta-feira, 8 de dezembro. Para ele, o pacote anunciado pela autoridade monetária na sexta-feira passada é um sinal de que a Selic será elevada. “De uma forma ou de outra, qualquer medida de restrição monetária resulta em elevação da taxa de juros”, enfatizou.

De acordo com Castelo Branco, as restrições à oferta de crédito decretadas pelo Banco Central são um sinal de que as taxas de juros em 2011 serão mais altas do que em 2010. Por isso, concluiu, “o ritmo de expansão da atividade industrial no final de 2010 e no início de 2011 será menor”.

Fonte:CNI