Brasília – Com a preocupação de tornar as indústrias brasileiras inovadoras, as federações de indústrias de todo o país ampliaram o número de capacitações em gestão da inovação. Elas oferecem cursos de extensão, especialização e MBAs (Master and Business Administration) formatados para fazer com que empresas de todos os tamanhos incorporem a inovação no seu cotidiano, assim como fazem com as atividades de marketing e de recursos humanos.

As aulas são realizadas por entidades vinculadas às federações, como o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em parceria com universidades, institutos tecnológicos e escolas técnicas. O público alvo são empresários, gestores e funcionários das indústrias.
De acordo com a superintendente doIEL do Rio Grande do Sul, Elisabeth Urban, existe hoje um crescente interesse dos empresários brasileiros por cursos de inovação. Para o superintendente do IEL de Santa Catarina, Natalino Uggioni, as empresas começam a encarar a inovação como uma estratégia de sobrevivência diante da competitividade global. “Eu comparo o atual movimento pela inovação com o movimento de êxito da década de 90 pela qualidade”, acrescenta Uggioni.

“A empresa tem de preparar o seu time e montar um ambiente que proporcione o surgimento de idéias. Deve estar conectada com os institutos tecnológicos e universidades e ter um radar de acompanhamento de informações estratégicas para o setor”, enfatiza o superintendente do IEL da Bahia, Armando Costa Neto.

MÓDULOS – Experiência Empresarial Inovadora, Instrumentos de Apoio à Inovação e Gestão de Projetos são alguns dos módulos do MBA em Gestão de Organizações Inovadoras, que será realizado peloIEL do Rio Grande do Sul, em parceria com a Universidade do Vale Rio dos Sinos (Unisinos), a partir de abril de 2011, na Escola de Design da Unisinos, em Porto Alegre. O curso, com carga horária de 441 horas/aula, inclui palestras com especialistas internacionais, visitas técnicas a empresas e encontros com empresários.

Além do MBA, o IEL do Rio Grande do Sul também tem cursos de menor duração para pequenas e médias empresas. No dia 5 de novembro, começou o curso de extensão de 90 horas realizado com a Unisinos. Os alunos aprenderão o conceito de inovação, a estrutura organizacional para inovação, experiências empresariais inovadoras, gestão de inovação como prioridade estratégica e sistema de indicadores, entre outros temas.
Quem também oferecerá um MBA é a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), em parceria com o Centro Internacional de Inovação (C2i), a Universidade da Indústria (Unindus) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O MBA Internacional em Gestão Estratégica da Inovação começará em março de 2011, voltado para profissionais envolvidos na implantação de processos e projetos de inovação nas indústrias.

DUAS FRENTES – Em Santa Catarina, 200 empresas já passaram, desde 2008, por cursos de gestão da inovação, que variam de 16 a 24 horas de duração. Entre os temas enfocados estão a montagem de uma estrutura organizacional para a inovação, planejamento estratégico, monitoramento de informações sobre o mercado, desenvolvimento de produtos e processos e metodologia de gerenciamento de projetos.

“Atacamos em duas frentes. Além desses cursos de gestão da inovação, abordamos a empresa pontualmente”, diz Natalino Uggioni. Na abordagem direta, a empresa é capacitada e recebe uma consultoria para implantar um plano de inovação. Desde 2008, 26 corporações receberam esse atendimento personalizado.

O IEL da Bahia ofereceu um curso de extensão de 90 horas em gestão estratégica da inovação entre maio e julho últimos para disseminar a cultura da inovação entre as empresas. A perspectiva é ampliar o número de cursos a partir de 2011, que serão realizados por meio do Núcleo de Inovação recentemente instalado no estado. O Sistema FIEB enviou projeto para obter recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, destinados à reestruturação do seu núcleo de inovação, informou Armando Costa Neto.

Os núcleos de inovação estão sendo montados nas federações das indústrias para mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a implantar planos de inovação. Os núcleos são uma das ações da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para dobrar, em quatro anos, para 80 mil, o número de empresas inovadoras no país.

O Ceará é outro estado que oferecerá cursos a partir de 2011 por meio do núcleo de inovação, com a meta de capacitar 60 empresas em gestão da inovação e implantar 40 projetos de inovação. O núcleo do Maranhão está finalizando o plano de ação para 2011. Nesse plano estão previstos cursos na capital e no interior para ensinar as empresas a elaborar planos de inovação, adianta o gestor do núcleo maranhense, Daniel Ribeiro.

Fonte: CNI