Brasília – O Brasil acertou ao buscar novos parceiros comerciais no mercado internacional, como a China e o Irã, mas perdeu espaço em mercados onde já atuava por causa da falta de competitividade. “A busca de novos mercados tem de ser uma constante”, enfatizou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, nesta quinta-feira, 14 de dezembro, durante a divulgação da edição especial do Informe Conjuntural. O documento faz um balanço da economia em 2010 e traça projeções para 2011.
“Abrir novos mercados, como na África e no Irã, faz parte da política internacional e da busca de alternativas de mercado. O que não podemos é perder mercado onde já estávamos porque, no comércio internacional, existe uma grande dificuldade para recuperá-los”, avaliou Andrade. Segundo ele, o Brasil perdeu espaço no mercado norte-americano por ser pouco competitivo e pela própria redução da atividade econômica dos Estados Unidos. Entre os motivos da baixa competitividade estão a tributação sobre as exportações e os problemas de infraestrutura.
Andrade considerou ainda que o crescimento da participação de parceiros comerciais como a Argentina e a China é importante, ainda que os chineses comprem muitos produtos primários. “Qualquer exportação é importante, tanto a de commodities quanto a de manufaturados de valor agregado”, acrescentou Andrade.
Segundo a edição especial do Informe Conjuntural, as exportações brasileiras em 2011 deverão crescer em ritmo próximo ao de 2010. Este ano, o valor das exportações aumentou cerca de 30% em relação a 2009, sobretudo por causa da expansão dos preços internacionais das commodities. A quantidade exportada, porém, subiu apenas 8% e ficou concentrada em produtos básicos. “Pela primeira vez em mais de 30 anos, as exportações de produtos básicos irá superar a de manufaturados”, diz o documento.
A CNI também estima um menor crescimento das importações em 2011 na comparação com 2010. O ritmo de expansão da importação cairá de 35,6% em 2010 para 23,3% em 2011. Por causa disso, a contribuição do setor externo na variação do Produto Interno Bruto (PIB) cairá de 2,7 pontos percentuais em 2010 para 2 pontos percentuais em 2011.
Fonte: CNI