
Alunos do ensino articulado, do SESI-SENAI, durante aula de mecânica automotiva. Foto: José P. Lacerda
Brasília – O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) irá oferecer, este ano, 50 mil vagas para a educação profissional articulada com o ensino básico. Significa dizer que quem estiver fazendo o curso básico ou o médio em escola pública ou em unidade do Serviço Social da Indústria (SESI) poderá se matricular numa unidade do SENAI para freqüentar, paralelamente, um curso de aprendizado ou um curso técnico.
O acesso ao ensino articulado de quem está em escola pública dependerá do convênio firmado com o SENAI pela secretaria de Educação da prefeitura ou do governo estadual. Assinado o acordo, a secretaria, então, indica ao SENAI quantas vagas quer, por escola, no ensino profissionalizante. O mesmo procedimento será adotado para quem está matriculado em ensino básico no SESI.
A opção para o ensino articulado estará disponível em todo o país e a maioria dos cursos de educação profissional será gratuita, informa a antropóloga Mônica Mariano, da Unidade de Educação Profissional do SENAI. No ano passado, segundo ela, quase 80% das matrículas nesta modalidade foram gratuitas.
A ampliação das matrículas no ensino articulado foi possível com a adesão ao sistema dos departamentos regionais do SENAI de Roraima e Rio Grande do Norte e com o reforço de 20 mil novas vagas obtidas por meio de convênios do SENAI com prefeituras e governos estaduais.
O aumento na oferta de matrículas para o ensino articulado faz parte do planejamento estratégico do SENAI e está alinhado com a disposição do ministro da Educação, Fernando Haddad, de ampliar as oportunidades para que estudantes do ensino básico tenham formação profissionalizante em turno complementar.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, tem defendido parcerias do governo com a iniciativa privada para melhorar a qualidade da educação do país, que vê como fundamental para o desenvolvimento.
EFICÁCIA
Mônica Mariano diz que a experiência tem demonstrado a eficácia do ensino articulado. Em dezembro de 2009, três alunos do ensino médio articulado com a educação profissional de Anápolis (GO) conquistaram o primeiro lugar na 1ª Olimpíada Nacional de História do Brasil, promovida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Andrielle Campos, Ângelo de Souza e Bruno Oliveira, alunos do SESI que então cursavam ao mesmo tempo o segundo ano do curso de técnico em eletrotécnica do SENAI, concorreram com quase quatro mil equipes de escolas públicas e particulares e levaram o ouro disputando cinco fases pela internet.
O ensino articulado garantiu pódios também na Olimpíada do Conhecimento, maior competição de educação profissional das Américas, realizada pelo SENAI no Rio de Janeiro, em março último. O paraibano Claudiano dos Santos Lima, que concluiu durante o ensino médio o curso de aprendizagem em gerenciamento de obras, foi medalha de prata na modalidade Aplicador de Revestimento Cerâmico.
A jornada educacional dupla facilita o acesso ao mercado profissional. Foi o que ocorreu, por exemplo, com Sarah Cristina da Silva Simões, de 18 anos. Ela formou-se técnica em automobilística no SENAI em 2009 enquanto cursava o ensino médio no SESI da região administrativa de Taguatinga, no Distrito Federal. Concluído o curso profissionalizante de dois anos, com 1200 horas, foi imediatamente contratada por uma grande revendedora de Brasília, onde atua na manutenção de caminhões.
Sarah Cristina ganha R$ 900 por mês e vai fazer agora em janeiro vestibular para engenharia elétrica. “O ensino articulado foi fundamental para minha inserção. Hoje estou mais madura para encarar um mercado competitivo e busco novos sonhos”, depõe ela.
Fonte: CNI