
Secretário da Indústria e Comércio Ricardo Barros participa de reunião com Comércio Exterior no Auditório da Faculdade FESP. - Foto Jonas Oliveira/SECS
“Há agências, institutos e órgãos similares na França, no Canadá, no Paraguai, nos Estados Unidos e em outros países. Vamos analisar exemplos, trocar experiências e formatar na próxima reunião a estrutura da Agência de Internacionalização do Paraná”.
“Definiremos os mantenedores ou patrocinadores da Agência, quem fará parte da diretoria, como ela vai se organizar e funcionar”, complementou Ricardo Barros em encontro com os dirigentes na área, nesta terça-feira (25), na Faculdade de Educação Superior do Paraná (Fesp). A próxima reunião está marcada para o dia 8 de fevereiro no Sebrae.
A criação da Agência faz parte do programa Paraná Competitivo, que tem o objetivo de tornar o Estado mais competitivo para investimentos nacionais e internacionais. “Junto a essa câmara de comércio exterior, estamos revendo a política fiscal do Estado, as necessidades de infraestrutura, a capacitação de mão de obra, as demandas ambientais e outros pontos que são decisivos no momento da escolha da instalação de um empreendimento”, detalhou Ricardo Barros.
REUNIÃO
O segundo encontro para debater a criação da Agência reuniu mais de 20 instituições, 15 cônsules e 17 representantes de câmaras de comércio. Entre eles estavam o presidente da Associação Exportadora do Brasil (AEB) e do Sindicato de Comércio Exterior do Estado do Paraná, Zulfiro Antonio Bósio.
Zulfiro que trabalha no setor há 40 anos, classificou a ideia da Agência como “boa e propícia”. Ele pediu atenção aos prazos e urgência na busca de resultados e sintonia com o Governo Federal. “Precisamos recuperar as exportações que perdemos e recuperar os quase 20 anos de tempo perdido que temos em relação aos nossos países vizinhos. Mas não podemos nos afastar do Governo Federal e dos seus incentivos para a exportação”.
Já o representante da Câmara Brasil/Japão, Yoshiaki Oshiro, afirmou que o Brasil vive um ótimo momento para a atração de investimentos, e que o Paraná vai ganhar muito com a instituição da Agência. “Há uma grande parcela de pequenas e médias empresas japonesas com o objetivo de expandir os seus negócios. Empresas de autopeças e de outros setores decididas a investir no Brasil”.
AGÊNCIA
A Agência também terá em manter um levantamento anual de informações detalhadas e a programação das feiras de comércio internacional, das comitivas de empresários estrangeiros que visitam país e das missões empresariais brasileiras que seguem ao exterior.
A proposta da criação da Agência de Internacionalização retoma um programa de sucesso executado pelo Sebrae há cerca de 15 anos, quando o Paraná se destacava em feiras e eventos internacionais.
Agência ganha apoio de instituição norte-americana
Para Anthony Portigliatti, reitor da instituição acadêmica localizada em Orlando e com centros de estudo espalhados em mais de 50 países, questões como cooperação técnica e científica são vitais para o comércio internacional. “Curitiba e Orlando são consideradas cidades irmãs e já existe um alto tráfego de relacionamento em negócios, desenvolvimento tecnológico e implantação de empresas.”
Uma das vantagens para o Paraná apontadas pelo reitor está a saturação de empresas estrangeiras localizadas em São Paulo e a distância de regiões como os estados do Nordeste. “O Paraná possui proximidade com grandes mercados consumidores internos e externos, como o Mercosul, e o Estado pode ser uma ponte de empresas norte-americanas com a América Latina”.
Novo posicionamento e mudanças de imagem institucional do Estado também foram pontos destacados ao governo. Segundo Portigliatti, o Paraná e Curitiba até então passavam aos norte-americanos a visão de qualidade de vida, vanguarda em arquitetura e regiões de soluções urbanísticas. “Este é o momento para atração de investimentos, revelar oportunidades e suprir lacunas que o investidor não encontra em demais regiões brasileiras”.
Hoje, a barreira do idioma também vem sendo quebrada inclusive com o interesse do aprendizado da língua portuguesa nos Estados Unidos. “O povo daqui é resistente em aprender idiomas mas quando apresentamos perspectivas sólidas de investimentos, como o Paraná, o interesse surge rapidamente”.
A inserção de empresas e produtos paranaenses no mercado internacional, em especial nos Estados Unidos, passa ainda pela expansão e incremento de negócios entre os Portos de Paranaguá, Jacksonville, Tampa e Miami. “Acordos comerciais entre as regiões devem acelerar a entrada de empresas estaduais de pequeno e médio porte no mercado dos Estados Unidos”, conclui Portigliatti.