Outra iniciativa do governo é a elaboração de uma norma técnica para o controle do mosquito da dengue, principalmente em ferros-velhos e depósitos de sucata. O documento deve ser assinado pelo secretário da Saúde, Michele Caputo, nesta sexta-feira. Ele prevê uma série de medidas que deverão ser adotadas por estabelecimentos comerciais e industriais identificados como potenciais criadouros do Aedes aegypti.
Londrina vive um surto de dengue desde o fim de 2010. Neste ano, a Secretaria da Saúde do Estado priorizou o apoio ao município e já promoveu a capacitação de médicos, enfermeiros e bioquímicos para diagnóstico e tratamento de pacientes. Reorganizou o fluxo de assistência hospitalar para melhorar o atendimento aos pacientes, monitorar os casos graves e evitar mortes por dengue.
Além disso, 38 agentes de endemias já foram enviados à cidade para apoiar a equipe da Secretaria Municipal de Saúde. Também foram disponibilizados sete camionetes (fumacê), 15 pulverizadores, equipamentos de proteção individual, um caminhão para recolhimento de entulhos e 500 mil exemplares de informativos sobre a doença. O inseticida utilizado nos fumacês também foi mudado para aumentar a eficácia.
A secretaria estadual da Saúde também formalizou uma parceria com a Unimed Paraná para capacitação de médicos conveniados e ações de informação aos associados.
Balanço – Neste ano, já foram notificados 7.158 casos suspeitos de dengue no Paraná, com 922 confirmados. Londrina apresenta o maior número de casos confirmados, 426 e um óbito.Os municípios com maior número de notificações são: Londrina (2.650), Jacarezinho (938) e Foz do Iguaçu (601).
Paraná ajuda Paraguai no combate à dengue na fronteira
“Promovemos esta capacitação porque a região de fronteira nos preocupa pela grande mobilidade populacional e por ser considerada área estratégica para a introdução de um novo sorotipo da doença, o que poderia agravar os casos de dengue”, explicou o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
O médico responsável pelas capacitações da Secretaria da Saúde, Enéas Cordeiro de Souza, diz que o diagnóstico da dengue deve ser preciso para evitar que o quadro clínico do paciente se agrave.
“O doente com suspeita de dengue deve ser monitorado para evitar que ele sofra de desidratação. Ele também não deve ser medicado antes de uma avaliação médica, porque analgésicos podem mascarar a febre”, alertou.
A médica Rocio Vera, que atua na cidade de Oleari, próxima de Ciudad del Este, disse que a capacitação foi muito importante para os profissionais do Paraguai. “Recebemos dos técnicos do Paraná um fluxograma de atendimento que será muito útil no momento de avaliar um paciente com suspeita de dengue”, disse.
De acordo com informações do governo paraguaio, somente no Estado de Alto Paraná – que faz fronteira com o Brasil – foram notificados 500 casos de dengue, dos quais 54 foram confirmados e três pessoas morreram.
INVESTIMENTOS – Além da capacitação, o governo enviou para Foz do Iguaçu quatro veículos especiais para a aplicação do “fumacê”, 32 nebulizadores costais, 50 equipamentos de proteção individual, além de mais oito técnicos para reforçar o combate à dengue na região.
O Governo também vai repassar R$ 140 mil para a contratação emergencial de 49 agentes de endemias por aproximadamente 90 dias em quatro municípios. Com o recurso liberado, Foz do Iguaçu poderá contratar mais 37 agentes. Os outros 12 agentes poderão ser contratados pelos municípios de Medianeira (5), Santa Terezinha de Itaipu (3) e São Miguel do Iguaçu (4).
