Estima-se que pelo menos 500 mil pessoas façam uso da droga no Brasil. Nos próximos 12 meses, os centros de referência vão capacitar 14,7 mil profissionais, entre médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e agentes comunitários, em 844 municípios de 19 estados.
O reitor João Carlos Gomes disse que a UEPG vai integrar a rede de combate ao crack e outras drogas atendendo a convite da Secretaria Nacional de Assuntos Sobre Drogas (Senad), para participação na chamada pública que selecionou projetos para implantação dos CRR.
Como maior instituição de ensino superior de sua região, onde vivem perto de 1 milhão de habitantes – disse o reitor -, a UEPG não poderia deixar de participar de um projeto como esse, que ataca de frente o consumo do crack, hoje, seguramente, um dos maiores problemas da sociedade brasileira.
“Estamos perdendo uma geração de jovens para as drogas, comprometendo o desenvolvimento do País”, diz o reitor, ao observar que esta é uma das preocupações da UEPG, promovendo debates e ações em torno do tema, através dos cursos de Direito e Serviço Social e da área da saúde.
A UEPG já participa do grupo de trabalho para enfrentamento do crack e outras drogas, que envolve as Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), a partir da coordenação da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), desenvolvendo ações de apoio a usuários, familiares e amigos.
CENTROS DE REFERÊNCIA
Cada Centro Regional de Referência terá até R$ 300 mil do Fundo Nacional Antidrogas (Funad) para capacitação de 300 profissionais.
Os cursos vão abordar o gerenciamento de casos, a reinserção social e o aconselhamento motivacional, assim como o aperfeiçoamento de médicos atuantes no Programa de Saúde em Família, no Núcleo de Assistência à Saúde da Família e profissionais do Sistema Único de Saúde e do Sistema Único de Assistência Social.
A iniciativa faz parte do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado no ano passado pelo governo federal. O Plano prevê, também, a ampliação do número de leitos de internação de usuários, a ampliação do número de Centros de Referência de Assistência Social e dos Centros de Referência Especializada de Assistência Social, a realização de estudos e pesquisas, a ampliação do horário de atendimento do VivaVoz, a criação de centros de pesquisa e novas metodologias de tratamento e reinserção social, e medidas de enfrentamento ao tráfico.
COMPROMISSO
A presidente Dilma reafirmou o compromisso do governo na luta contínua do combate às drogas, especialmente o crack, para que o País não tenha sua juventude exposta ao risco. Ela afirmou que está iniciando uma “luta sem quartel” contra o tráfico e consumo da droga.
Para a presidente Dilma, o combate de um problema como o crack requer profissionais altamente capacitados para tratamento do usuário e apoio às famílias. Segundo a presidente, o projeto será uma das armas mais fortes de combate e prevenção contra as drogas.
A presidente falou ainda sobre a importância do envolvimento multissetorial no combate às drogas e criminalidade, e lembrou que a valorização dos professores e professoras é imprescindível nesse processo e uma meta de seu governo.
Além disso, ressaltou a presidente, é necessário reforçar a atuação de instituições como a Polícia Federal no combate ao crime organizado, tráfico de drogas e fortalecimento das fronteiras.
PESQUISA
Em março, o governo federal deve lançar o maior estudo do mundo sobre o crack. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas, 22 mil pessoas de diversos estados brasileiros participaram da pesquisa, que traçará o mapa do consumo de crack no País a partir da amostragem e servirá como embasamento para políticas públicas para enfrentamento da droga.