Brasília – O Departamento Econômico do Banco Central divulgou os dados atualizados até janeiro de 2011 do Setor Externo.
I – Balanço de pagamentos – Janeiro de 2011
O balanço de pagamentos registrou superávit de US$8,5 bilhões em janeiro. As transações correntes foram deficitárias em US$5,4 bilhões, acumulando, nos últimos doze meses, déficit de US$49,1 bilhões, equivalente a 2,35% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$13,9 bilhões no mês. Destacaram-se os retornos de investimentos brasileiros no exterior, US$6,3 bilhões, e os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros em carteira e diretos, US$3,4 bilhões e US$3 bilhões, respectivamente.
A conta de serviços apresentou déficit de US$2,4 bilhões em janeiro, 88,7% superior ao registrado para o mesmo mês de 2010. As despesas líquidas com transportes somaram US$423 milhões, aumento de 46,3% na mesma base de comparação. O item viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$1,1 bilhão, ante déficit de US$651 milhões em janeiro do ano anterior, com aumento de 43,1% nos gastos com viagens ao exterior e de 5,1% nas receitas. Dentre os demais itens da conta de serviços, no mesmo período comparativo, ocorreram elevações nas despesas líquidas com aluguel de equipamentos, 21,4%; e computação e informações, 37,5%. Houve declínio nas despesas líquidas com royalties e licenças, 21,3%. Os outros serviços registraram ingressos líquidos de US$1,1 bilhão, 17,2% acima do resultado do mesmo mês do ano anterior.
As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$3,7 bilhões no mês, incremento de 37% em relação a janeiro do ano anterior. As saídas líquidas de renda de investimento direto totalizaram US$1,3 bilhão, ante US$769 milhões no mesmo período comparativo, ampliação de 73,6%. As remessas líquidas de renda de investimentos em carteira atingiram US$2 bilhões, resultantes de despesas líquidas de lucros e dividendos, US$736 milhões, e de juros de títulos de renda fixa, US$1,2 bilhão. A despesa líquida de renda de outros investimentos somou US$402 milhões, ante US$378 milhões registrados em janeiro do ano anterior. As despesas líquidas totais de lucros e dividendos atingiram US$1,9 bilhão, elevação de 128,8%, enquanto as de juros somaram US$1,8 bilhão, recuo de 3,9%.
As transferências unilaterais acumularam ingressos líquidos de US$188 milhões, 33,4% inferiores ao resultado de janeiro de 2010.
Os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram retornos líquidos de US$6,3 bilhões, compreendendo US$1 bilhão em aplicações líquidas em participação no capital de empresas no exterior e US$7,3 bilhões em retornos referentes principalmente a amortizações de empréstimos recebidas por matrizes brasileiras de suas filiais no exterior.
Os investimentos estrangeiros diretos somaram ingressos líquidos de US$3 bilhões. Os ingressos líquidos em participação no capital de empresas no País, incluídas as conversões em investimentos, atingiram US$1,9 bilhão, enquanto os desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias totalizaram US$1,1 bilhão.
Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram entradas líquidas de US$3,4 bilhões em janeiro, dos quais US$676 milhões em ações e US$2,7 bilhões em títulos de renda fixa. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no País apresentaram saídas líquidas de US$470 milhões, comparadas a US$206 milhões registrados em dezembro de 2010. As captações no mercado externo resultaram em ingressos líquidos de US$3,2 bilhões. Os bônus negociados no exterior apresentaram amortizações líquidas de US$1,9 bilhão, enquanto os investimentos em notes e commercial papers registraram captações líquidas de US$2,9 bilhões, ante US$3,4 bilhões em dezembro do ano passado. As captações líquidas com títulos de curto prazo somaram US$2,2 bilhões, comparados a US$1,3 bilhão no mês anterior.
Os outros investimentos brasileiros no exterior resultaram em aplicações líquidas de US$3 bilhões, compreendendo concessões líquidas de empréstimos de curto prazo, US$1,2 bilhão, e elevação de depósitos no exterior de bancos brasileiros, US$1,4 bilhão, e de demais setores da economia, US$341 milhões.
Os outros investimentos estrangeiros no País registraram ingressos líquidos de US$2,7 bilhões. O crédito comercial de fornecedores registrou desembolsos líquidos de US$242 milhões. Os empréstimos de médio e longo prazos somaram ingressos líquidos de US$2,9 bilhões, resultado de desembolsos líquidos de agências, US$37 milhões, e de amortizações líquidas de empréstimos diretos, US$178 milhões; de compradores, US$77 milhões; e de organismos, US$43 milhões. Os empréstimos de curto prazo somaram desembolsos líquidos de US$3,1 bilhões.
II – Reservas internacionais
As reservas internacionais totalizaram US$297,7 bilhões em janeiro, aumento de US$9,1 bilhões em relação ao estoque apurado no fim de 2010.
No mês, a autoridade monetária comprou liquidamente US$8 bilhões no mercado doméstico de câmbio. A remuneração das reservas resultou em receita líquida de US$492 milhões, enquanto as demais operações externas, principalmente aquelas relacionadas a variações de preços e de paridades, elevaram o estoque em US$638 milhões.
III – Dívida externa
A dívida externa total estimada somou US$261,4 bilhões em janeiro, valor US$6,2 bilhões superior à posição estimada do mês anterior. A dívida externa de longo prazo somou US$199,7 bilhões, aumento de US$925 milhões, e a de curto prazo, US$61,7 bilhões, incremento de US$5,3 bilhões.
Relativamente à dívida externa de longo prazo, em janeiro observou-se desembolso líquido de US$2,9 bilhões por meio da captação de notes. Destacou-se, ainda, a amortização de US$1,7 bilhão verificada em bônus, dos quais US$467 milhões no âmbito do programa de recompras do Tesouro Nacional e US$1,2 bilhão referente à liquidação do Euro 11. A variação por paridades elevou o estoque em US$183 milhões.
A dívida externa de curto prazo registrou aumento de US$5,3 bilhões, que se concentrou em empréstimos captados pelo setor financeiro.
Fonte: Banco Central