São Paulo – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregará no dia 2 de abril ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior as propostas dos empresários para a nova fase da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP2). As sugestões foram analisadas na reunião do Fórum Nacional da Indústria, realizada nesta terça-feira, 22 de março, no escritório da CNI em São Paulo. O resultado do debate será consolidado em um documento que será aprovado por representantes de 53 instituições empresariais.
“Vamos apresentar ao ministro Fernando Pimentel um documento com a visão e as propostas de todos os setores industriais”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que coordenou a reunião do Fórum. Segundo ele, a PDP2 deve buscar a competitividade e a inovação e dar respostas rápidas para a superação dos desafios que o país e as empresas enfrentam. Entre esses desafios, destacou Andrade, estão a carga tributária, o alto custo dos financiamentos, os encargos sobre os salários, a burocracia no comércio exterior e os gargalos na infraestrutura.
“O Brasil tributa fortemente os investimentos”, alertou o presidente da CNI, defendendo a desoneração total dos bens de capital. Além da desburocratização do comércio exterior, outro ponto que a nova fase da política industrial deve contemplar é a defesa comercial. “Os produtos importados precisam atender às mesmas exigências cumpridas pelos produtos nacionais”, defendeu Andrade. Para ele, é necessário criar mecanismos de aplicação de direitos provisórios nas ações antidumping que o Brasil mover contra competidores internacionais.
De acordo com o presidente da CNI, o documento da indústria também deve propor a manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), a recriação de linhas de crédito para capital de giro e a redução dos custos dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Andrade destacou ser importante a ampliação dos limites de enquadramento das empresas no Simples Nacional. Atualmente, só podem usufruir dos benefícios do Simples as empresas que faturam até R$ 2,4 milhões ao ano.
Lembrou que o país precisa definir regras claras que garantam segurança jurídica e acelerem os processos de licenciamento ambiental. Precisa ainda solucionar os gargalos da infraestrutura. “Nossa proposta para a PDP2 inclui políticas horizontais que favorecerão a competitividade de todas as empresas”, concluiu o presidente da CNI, em entrevista aos jornalistas depois da reunião do Fórum Nacional da Indústria.
O Fórum é um órgão consultivo da diretoria da CNI, que reúne os presidentes das associações nacionais setoriais da indústria, dos conselhos temáticos da CNI e integrantes do Conselho Nacional de Política Industrial.
Fonte: CNI