“É cada vez mais claro para mim que se referir às quatro nações do Bric como emergentes não faz mais sentido”, disse o economista. “Os Bric, junto com alguns outros países, merecem um status diferente de muitos outros que podem ser corretamente classificados como mercados emergentes”, destacou. O’Neill ressaltou ainda que o Brasil se tornou a sétima economia do mundo “dez anos antes do que eu pensava”.
Recentemente a Goldman Sachs reclassificou os quatro países, que passaram a ser chamados de “mercados de crescimento” nos relatórios da consultoria. Nessa categoria, estão também Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia – entretanto, “muito longe” dos Bric em termos de importância econômica, escreve Jim O’Neill no Times.
O economista criou o termo Bric para ressaltar a força econômica dos quatro grandes emergentes na virada do século. Mas de lá para cá o passo do crescimento desses países tem superado as expectativas. A estimativa é que o tamanho do Bric supere o do G7 – o grupo de países mais industrializados do mundo – por volta de 2027, cerca de dez anos antes do previsto, diz O’Neill.
Até o fim desta década, o Bric deve alcançar um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 25 trilhões, comparado com cerca de US$ 11 trilhões atualmente e cerca de US$ 3 trilhões no início do século, afirmou O’Neill. “Em algum momento nesta década, eles superarão, juntos, os Estados Unidos. Meu palpite é que isso poderia ocorrer em torno de 2017-2018.”
O economista diz que ser reclassificado de “mercados de crescimento” não implica que Brasil, Rússia, Índia e China “vão crescer todos os anos”. “Eles crescerão em ciclos, como todos os outros. O que queremos com isso é indicar que, à medida que a economia global continue rastejando nessa década, a proporção deles no PIB global deve aumentar.”
Fonte: BBC Brasil por ABr