Brasília – Um frigorífico do Paraná de grande porte, que abate 500 mil frangos por dia, pode rever um projeto de expansão de 40% da sua produção, não por custos com vacinas, alimentação balanceada, controles sanitários ou programas de cruzamento de matrizes. O entrave principal, dizem seus dirigentes, é falta de condições logísticas para exportar parte deste volume.
Foi assim, com exemplos concretos, que o economista Luiz Antonio Fayet, consultor em logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), defendeu nesta terça-feira, 12 de abril, em reunião do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , maior atenção aos meios de transporte, indispensáveis ao escoamento da produção nacional. “Por absoluta inoperância, o Brasil perde oportunidades de criar mercados e crescer”, criticou.
Segundo seus dados, o produtor brasileiro perde, em média, U$ 84 de sua receita líquida por tonelada de soja com custos de transporte para levar seu produto até um porto. Concorrentes argentinos gastam U$ 23, e dos Estados Unidos, líder mundial no agronegócio, U$ 21.
Fayet listou novas alternativas de escoamento da produção, como o corredor Arco Norte, que inclui capitais da Região Norte e São Luis (MA). Defendeu a adoção de garantias de uso múltiplo dos rios e reformulação da estrutura administrativa das hidrovias. Sugeriu ainda a revisão de contratos de concessão de ferrovias e reativação de linhas atualmente inoperantes.
O presidente do Coinfra, José de Freitas Mascarenhas, que preside a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), enfatizou que o Brasil teria uma agroindústria muito mais vigorosa se houvesse maior zelo com logística. Para ele, a competência técnica dos produtores e pesquisadores do agronegócio brasileiro é desperdiçada pelas más condições de competitividade existentes no país.
Fonte: CNI