Goiânia – Os órgãos municipais e estaduais de Goiás estão com projetos da indústria italiana de reciclagem de eletroeletrônicos Kimi do Brasil em fase de aprovação. A empresa se instalará em Aparecida de Goiânia. A previsão, de acordo com um dos diretores da empresa, Rossano Bonanno, é de que até o final de 2011 as atividades se iniciem. O investimento inicial é de mais de 2 milhões de euros.
As negociações para a instalação da Kimi do Brasil começaram há dois anos com o Centro Internacional de Negócios (CIN) e o Conselho Temático de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) à frente do processo. A empresa poderá receber resíduos eletrônicos de todo Brasil e firmará parcerias com cooperativas de catadores, governo estadual e prefeitura para a coleta seletiva e recolhimento de materiais, além de convênios com os fabricantes desses equipamentos.
Sobre os benefícios do empreendimento, Bonanno disse que o aterro sanitário da capital deixará de ser sobrecarregado com os resíduos, que têm metais pesados e contaminantes. “O processo, que considera a questão da inclusão social, envolverá mais de 200 pessoas. E o foco sustentável do projeto, voltado ao meio ambiente, é o grande ponto”, completa.
Ainda não há previsão da quantidade de material que será processado, mas o empresário afirma que, atualmente, no Brasil, são geradas 100 milhões de toneladas de lixo eletrônico. “Grande parte disso não recebe nenhum tipo de tratamento ou destinação adequada. É um volume enorme, se compararmos com a China, que produz 200 milhões de toneladas, mas tem mais de 1 bilhão de habitantes, enquanto no Brasil a população é de 190 milhões”, disse.
Segundo Bonanno, a empresa realizará o processamento gradualmente, até atingir um container de produção por dia, que será enviado para a Itália. A empresa investirá em torno de 40 milhões de euros para realizar o ciclo processual em Aparecida de Goiânia. A Kimi do Brasil é a segunda empresa do setor a se instalar no País.
KIMI CHAMA ATENÇÃO DE INVESTIDORES ITALIANOS – Mais seis empresas italianas, dos setores de móveis, construção civil, alimentação e processamento de metais, estão negociando instalação em Goiás e, seguramente, de acordo com Bonanno, que também atua na área de consultoria de negócios, até o final de 2011 todas estarão em atividade.
“A Kimi se tornou referência e abriu as portas para outros investimentos”, afirmou o empresário. Ele conta que em Goiás as condições são facilitadas, é possível ter o contato direto com o governo, há incentivos para novos investimentos e as respostas são imediatas, o que, segundo ele, não acontece no eixo Sul-Sudeste. “O contexto geral socieconômico do Brasil e a atual crise européia são outros motivos que fazem do país um lugar propício para investimentos”, disse.
Fonte: Agência CNI