Giannetti defendeu as mudanças em um seminário sobre câmbio promovido pela Fiesp, em São Paulo. Também participaram do evento o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, e o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva.
O representante da Fiesp disse que muitas alternativas para conter a valorização do real foram discutidas com os membros do governo. Para Giannetti, contudo, o combate à especulação precisa estar entre as prioridades das autoridades econômicas. “A forma mais eficaz de aumentar a taxa de câmbio é aumentar o risco do especulador cambial”, disse.
Giannetti sugeriu a fixação de um prazo mínimo para as aplicações em contratos de câmbio como uma medida positiva. Outra seria o aumento da garantia que os investidores precisam pagar para comprar dólar em contratos do mercado futuro.
Segundo Giannetti, o câmbio é hoje um dos grandes problemas da indústria brasileira. Com o real caro, as empresas brasileiras não conseguem exportar. A produção voltada ao mercado interno, por sua vez, enfrenta a concorrência dos produtos importados, que ficam mais baratos por causa do dólar depreciado.
Essa situação têm prejudicado a balança comercial de produtos industrializados. Em 2010, Giannetti disse que o Brasil importou US$ 70 bilhões a mais do que exportou em manufaturados. Este ano, a previsão é que o déficit atinja U$ 100 bilhões. “Isso representa a transferência de 4 milhões empregos da indústria brasileira para o exterior”, afirmou ele. Segundo Giannetti, a Fiesp não tem uma cotação ideal para o dólar, mas R$ 2,00 [por dólar] “seriam mais que suficientes para a economia brasileira”.
Fonte: Agência Brasil