Curitiba – A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) realizou nesta terça-feira, 14 de junho, em Curitiba, o Fórum Setorial das Indústrias Eletroeletrônica e de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). O presidente da FIEP, Rodrigo da Rocha Loures, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Roberto Barbato, participaram da reunião, que teve a presença do vice-presidente da FIEP, Hélio Bampi, e do diretor da Abinee no Paraná, Álvaro Dias Júnior.
No encontro foi apresentado o resultado de uma pesquisa realizada pela FIEP, a pedido da Abinee, sobre o perfil do setor no estado. Segundo a pesquisa, o setor eletroeletrônico do Paraná possui 668 estabelecimentos e emprega 34.120 trabalhadores. A grande maioria das empresas – 73,4% – está localizada na Região Metropolitana de Curitiba. Também é nesta região que se registra a maior participação nas vendas do setor, 82,32%.
Durante o encontro, empresários apresentaram como principais preocupações a pesada carga tributária, a legislação trabalhista e a política cambial, que favorece a entrada de produtos estrangeiros no mercado nacional.
De acordo com o diretor regional da Abinee, Álvaro Dias Júnior, a expectativa é que a partir dos dados levantados pela pesquisa pela FIEP os empresários se sensibilizem para a importância da união do setor para enfrentar as questões macroeconômicas que mais lhes afligem. “É um setor muito pulverizado, onde cada um cuida do seu próprio negócio”, observa.
Para o empresário Carlos Zanellato, da empresa Enercon – Equipamentos e Sistemas, a reunião serviu, não apenas para identificar as demandas. “Ajudou as empresas a abrirem o olho e perceberem que a união é o caminho.”
O presidente nacional da Abinee, Humberto Barbato, sugeriu que a FIEP encampe uma das principais demandas do setor, a atual política cambial, defendendo junto ao poder público a adoção de medidas compensatórias ao câmbio desfavorável. Segundo ele, além do Custo Brasil, o real extremamente valorizado prejudica a competitividade das empresas do setor eletroeletrônico porque muitas empresas preferem, hoje, importar o produto acabado do que produzi-lo no Brasil.
“A inflação aleija, mas o câmbio mata”, afirmou Barbato citando o economista Mário Henrique Simonsen. Segundo a pesquisa o total estimado de exportações do setor entre 2009 e 2010 foi de US$ 243,5 milhões, contra US$ 1,2 bilhão das importações.
CONGRESSO DA INDÚSTRIA
Este foi o último dos 20 fóruns setoriais realizados pela FIEP, a partir do mês de abril. Estes encontros acontecem a cada dois anos e têm como principal função identificar, junto aos empresários de cada setor, as principais demandas e que medidas devem ser encampadas pelo Serviço Social da Indústria do Paraná (SESI/PR), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Paraná (SENAI/PR) , Instituto Euvaldo Lodi do Paraná (IEL/PR), C2i e Unindus, poder público e empresários, sindicatos e associações para eliminar esses entraves.
Os Fóruns Setoriais antecederam o Congresso Paranaense da Indústria, maior evento do setor, que ocorre nos dias 20 e 21 de junho. No Congresso, as questões identificadas durante os Fóruns Setoriais serão tratadas de maneira mais pontual.
Fonte: Agência CNI