Brasília – O otimismo dos consumidores em junho é o mais baixo dos últimos dois anos, revela o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)nesta quinta-feira, 30 de junho. Desde o fim da crise econômica mundial, em junho de 2009, o INEC cresceu até atingir valor recorde, em outubro daquele ano. Após esse pico, o índice seguiu uma trajetória de queda até abril último.
De acordo com a pesquisa, a estabilidade do índice pelo segundo mês consecutivo – com um recuo de apenas 0,3% em junho em relação a maio e crescimento de 0,1% em maio na comparação com abril – sugere que a trajetória de queda mais acentuada pode ter chegado ao fim. Mesmo com a estabilidade, o INEC de junho está 2,6% abaixo do registrado no mesmo mês de 2010.
O economista da CNI Marcelo Azevedo explica que a forte queda no INEC desde outubro de 2010 é reflexo de um crescimento intenso do índice no período logo após a crise. “Soma-se a isso o atual cenário econômico, que não é favorável ao consumo, com inflação e taxa de juros em alta e contenção do crédito”, completa Azevedo.
DECLÍNIO – O INEC teve queda em quatro dos seus seis componentes – expectativas do consumidor em relação à inflação, situação financeira, desemprego, endividamento, renda pessoal e compras de bens de maior valor.
O índice de otimismo em relação à evolução do emprego registrou declínio de 1,2% em junho na comparação com maio. Foi o indicador que apresentou maior redução no período. Mas mesmo com o recuo, está 2,9% acima do registrado em junho de 2010 e 9,5% além da média histórica para o mês. Segundo a pesquisa, a expectativa dos consumidores com relação à evolução do emprego permanece favorável.
Já em relação às perspectivas sobre inflação, a situação é oposta. Mesmo com um crescimento de 0,4% ante maio, o indicador está 14,4% abaixo do registrado em junho de 2010 e 13,8% abaixo da média histórica para o mês. Segundo o estudo, apesar da melhora em junho, os consumidores continuam receosos com a trajetória de alta da inflação.
As expectativas sobre situação financeira, renda pessoal e compras de bens de maior valor caíram em junho na comparação com maio. A redução no indicador de situação financeira foi de 0,9%, no de renda pessoal registrou menos 0,4% e no de compras de bens de maior valor foi de 0,3%. O otimismo dos consumidores sobre endividamento, embora tenha apresentado crescimento de 0,7% ante maio, ficou 3,6% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado.
O INEC foi realizado entre 16 e 20 de junho a partir de pesquisa de opinião pública de abrangência nacional feita pelo Ibope com 2.002 pessoas.
Leia Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC)
Fonte: Agência CNI