Segundo ele, os consumidores estão batendo recordes de compras em quase todos os segmentos de mercado, em função da maior oferta de empregos e do crescimento da massa salarial. Esse contexto, na avaliação de Domingos, permite que mais brasileiros realizem sonhos de consumo e façam mais dívidas, mas “é fundamental que tomem alguns cuidados básicos para não cair na inadimplência”.
Analise do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) também adverte que o aumento médio das taxas de juros, de 41% para 47% nos cinco primeiros meses do ano, “pode levar os devedores a não conseguirem honrar seus compromissos”. A inadimplência (atraso de mais de 15 dias no pagamento) subiu de 7,8% em dezembro último para 9,1% em maio, de acordo com o Ibmec, e as famílias estão usando uma parte maior, em torno de 50% do seu orçamento, para pagar dívidas.
O professor Reinaldo Domingos disse que na compra de carro, especificamente, os novos consumidores dificilmente perceberão os reflexos que a operação acarreta ao seu bolso, em decorrência dos custos de manutenção e gastos com combustíveis, seguro, IPVA, Dpvat, depreciação, lavagens, estacionamentos e eventuais multas. Segundo seus cálculos, o custo mensal de um carro usado, na faixa de R$ 20 mil, fica em torno de R$ 500,00 – mais alto, às vezes, do que a própria prestação do veículo.
Por isso, a decisão de comprar um carro deve ser bem pensada, depois de avaliar todos os prós e contras, segundo ele. Na maioria das vezes, acrescentou, o potencial comprador pode esperar um pouco mais e juntar uma reserva de dinheiro que será fundamental para baratear o custo do financiamento e assegurar sua saúde financeira.
Autor dos livros Terapia Financeira (2007) e Livre-se das Dívidas (2011), dentre outros, Reinaldo Domingos acrescenta que além dos cuidados com manutenção básica e combustíveis, o novo proprietário tem que se conscientizar também sobre o respeito às leis de trânsito, de modo a evitar acidentes e multas, que acabam em gastos indesejáveis.
Fonte: Agência Brasil