Foto: Orlando Kissner.
De acordo com o EIA/Rima apresentado pela empresa Acquaplan, responsável pelo documento, o objetivo da Appa com a obra é aumentar a profundidade do canal externo de acesso ao porto de Paranaguá para 16 metros. Na área interna, a profundidade passará a ser de 14 metros. Hoje, a profundidade da bacia de evolução é de 12 metros, em média, e inferior em alguns berços, o que limita a operação de navios de grande porte e reduz a competitividade do porto paranaense frente a outros terminais nacionais.
A área total a ser dragada é de aproximadamente 30 quilômetros. A estimativa é que sejam retirados oito milhões de metros cúbicos de sedimentos, num período de nove meses de obras. A área de despejo do material dragado ficará a cerca de 40 quilômetros do cais comercial do Porto de Paranaguá, em mar aberto. O custo total da campanha é estimado em R$ 90 milhões e será pago com recursos da Appa (50%) e do PAC, do governo federal.
A diretora de licenciamento ambiental do Ibama, Gisela Damm Forattini, presidiu a audiência, realizada no Clube Olímpico de Paranaguá. Para ela, foi uma audiência absolutamente colaborativa. “Mostrou que a comunidade tem uma preocupação grande com a questão biótica e socioeconômica, mas que a cidade e seus moradores apóiam essas obras e entendem a necessidade de modernização do porto com o aprofundamento da baía. Os pescadores também tiveram uma boa oportunidade de se manifestar e mostrar suas ansiedades e preocupações”, afirmou a diretora.
O superintendente da Appa, Airton Vidal Maron, disse que a audiência pública foi muito satisfatória. “Toda a comunidade participou e, de uma forma inteligente, tentou contribuir com propostas para melhoria do projeto”, afirmou.
“Isso mostra que o governo Beto Richa está no caminho certo ao potencializar e melhorar as condições do porto. As obras vão redundar em mais empregos e riqueza, atingindo o objetivo do governo de melhorar a qualidade de vida da população, com respeito ao meio ambiente”, disse Maron.
QUALIDADE AMBIENTAL
“As pessoas tentam buscar garantias de que o complexo estuarino de Paranaguá tenha boas condições e que possa compatibilizar a atividade de conservação ambiental com a atividade econômica portuária”, afirmou Diehl.
A bióloga Camila Domit, pesquisadora do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná, disse que as manifestações feitas pelas entidades presentes mostraram-se bastante pertinentes e que o encontro teve uma ampla participação, com diferentes frentes de interesse no processo.
“Temos ainda um prazo para manifestação, o que é bastante democrático, e esperamos que as portas estejam abertas junto ao Porto, ao Ibama, ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outras instituições, para que o máximo de pessoas possam participar e fazer disso um processo de gestão participativa”, afirmou.
“O processo é complexo, possui vários temas e cada tema tem que ser discutido em seu público alvo, para que seja prevenido o que pode ser prevenido e que possa ser mitigado ou compensado o que não tiver outra forma de ser realizado”, disse a bióloga.
O Ibama abriu um prazo regulamentar de 15 dias para receber manifestações formais em relação ao EIA/Rima e depois deve concluir a análise de toda a documentação, bem como das manifestações feitas durante a audiência.
O passo seguinte será a emissão da Licença Ambiental Prévia, que permitirá a realização da licitação da dragagem, que será feita pela Secretaria Especial de Portos (SEP). A expectativa é que as obras possam ser iniciadas ainda neste ano, ou no início de 2012.
PARTICIPANTES