Aumento da demanda de gás natural cria novos desafios quanto à infraestrutura

Presidente da Compagas destaca a importância de outras fontes de suprimento do combustível

Cerca de 70% das empresas que desejam se instalar no Paraná colocam como condição a existência de gás natural. Com isso, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) enfrenta o desafio de oferecer o combustível – hoje disponível em Curitiba, Região Metropolitana, Palmeira e Ponta Grossa – a todas as regiões. “Temos duas questões fundamentais – a estruturante, de tamanho da rede de distribuição, já que o Gasoduto Bolívia Brasil atravessa um pequeno pedaço do estado, e a de suprimento, uma vez que a capacidade de transporte do Gasbol já está praticamente esgotada”, alertou na quinta-feira (18) o diretor-presidente da Compagas, Luciano Pizzatto, durante o 6° Congresso Internacional de Bionergia. A solução encontrada pela companhia foi iniciar uma série de estudos para fornecer o gás natural de diferentes formas e viabilizar o uso em todos municípios.

GNC

Hoje, a rede de distribuição da Compagas  tem 558 km e está presente em sete municípios. Mas a empresa leva o gás natural a doze cidades – cinco delas utilizam o combustível na sua forma comprimida (GNC).

GNL

Ainda neste ano, as indústrias de Londrina e Cambé passarão a utilizar o gás natural distribuído pela Compagas graças a outro processo – liquefação. A primeira indústria de Londrina a utilizar o gás natural em seu processo produtivo, a GV Alumínios,  deverá iniciar seu consumo até dezembro. Para viabilizar a entrada do gás natural na região, a distribuidora paranaense fechou parceria com a GasLocal, que levará o combustível na sua forma liquefeita (gás natural liquefeito – GNL) até a base da Compagas onde ele será regaseificado e levado, através da rede de distribuição, até as empresas. “A concretização desse projeto é fundamental porque representa um passo importante da nossa empresa para a interiorização do uso do gás natural no nosso estado”, diz Pizzatto.

Na região norte, a Compagas planeja atingir, nesta primeira fase, sete empresas (cinco indústrias e um posto de combustível de Londrina e uma indústria em Cambé) que tem um potencial de consumo de 32 mil m³/dia de gás natural. Haverá uma rede de 100 m para levar o gás até a GV e de 700 m para levar até a Cambé, ações que deverão  ser realizadas ainda neste ano. A GV utilizará em média 10 mil m³/dia em seu forno de fundição e a unidade da Imcopa, empresa de beneficiamento de soja, consumirá 2 mil m²/dia. Além da equipe da empreiteira que será contratada para a realização das obras, a Compagas manterá dois funcionários do seu quadro próprio na sua base em Londrina, um engenheiro e um técnico de operações. Assim, essa será a terceira base da Compagas no Paraná (já existe a de Araucária e a de Ponta Grossa).

O uso do GNL e do GNC são formas de abrir o mercado nas regiões para justificar o investimento futuro na construção de uma rede de distribuição.

Suprimento

Outra questão importante para a expansão da Compagas para a região de Londrina e outras do Paraná é a fonte de suprimento. “A capacidade do Gasoduto Bolívia Brasil está no limite, então nós, da Compagas, estamos procurando outras fontes de suprimento para garantir que a empresa cumpra a sua missão de levar o combustível a todas as regiões do estado”, afirma. Regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como a central, estão entre as prioridades da Compagas, para incentivar a industrialização.

Uma das opções que estão sendo avaliadas pelos técnicos da empresa é importar o gás natural na sua forma líquida de países com grande produção, como Rússia ou República Tcheca, ragaseificar em Paranaguá e transportar, através do poliduto, pela Serra do Mar. “É uma ação complexa de engenharia, que já está sendo estudada pela nossa equipe”, diz Pizzatto. “Não podemos correr o risco de perder indústrias por não oferecer o gás natural”. O gás natural existe em grande quantidade em todo o mundo e começa a sobrar, por isso, a importação é uma solução válida. Para viabilizar esse projeto, a Compagas já estrou em contato com prováveis parceiros, nacionais e internacionais, que fariam a importação e regaseificação do gás natural. “É um  projeto para disponibilizar para o Paraná mais de 10 milhões de m³/dia de gás natural, dez vezes o consumo atual do estado”, destaca Pizzatto.

Empresa

A Compagas atende, hoje, 12 municípios (Curitiba, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Araucária, Paranaguá, Colombo, Pinhais,  Quatro Barras e São Mateus do Sul), levando o gás natural para mais de 10 mil clientes dos segmentos Industrial, Comercial, Veicular, Residencial, Cogeração e Geração de Energia Elétrica para Consumidor Final. Juntos, eles consomem cerca de 1 milhão de m³/dia de gás natural.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Compagas