Em entrevista à agência de notícias da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, confirmou a estimativa da empresa de que até o final deste ano, mais de 60 mil toneladas de soja e milho cultivadas na região Oeste serão transportadas aos centros produtores do estado ou ao Porto de Paranaguá. Segundo a agência, a solução é inovadora: a Ferroeste e a Cargil firmaram uma parceria para transportar os grãos, por meio da integração entre os modais rodoviário e ferroviário.
“A medida foi tomada para atender o setor produtivo. Na última safra, enfrentamos dificuldades por causa da falta de opções de escoamento”, afirmou Maurício Querino Theodoro. Segundo ele, houve períodos em que até 420 mil toneladas de grãos ficaram depositadas no pátio. Com isso, a empresa teve problemas com despachos com atraso, em razão da incompatibilidade com a linha ferroviária que segue até o litoral.
A entrevista informa que com o acordo, os caminhões da Cargil serão carregados com a safra trazida por meio da Ferroeste até o município de Guarapuava – último ponto administrado pelo estado – e irão transportar os grãos, com duas alternativas viáveis: para a cidade de Ponta Grossa, onde a multinacional possui uma unidade de esmagamento e processamento de granéis, ou para exportação a partir do Porto de Paranaguá.
A experiência deve contribuir para criar um polo de transbordo de cargas rodoviárias no pátio da Ferroeste em Guarapuava, disse Theodoro à Agência CNT de Notícias. A partir desse modelo, os caminhões podem fazer o frete casado, ou seja, trazer fertilizantes do porto para o transporte pela ferrovia e, ao fazer o caminho inverso, retornar para o terminal portuário carregados com soja e milho.
Outro ponto positivo, destacou Theodoro à Agência CNT de Notícias, refere-se à organização da descida dos caminhões até o litoral. “A classificação dos produtos passou a ser feita na ponta, na saída, e o veículo que segue para o porto vai lacrado e certificado. Há uma economia de tempo e de procedimentos para despachar a carga quando ela chega ao destino final”, disse.
A economia gerada com processo é outro item importante. “Temos que atender os produtores com um preço competitivo em nossa linha ferroviária. Com essa integração entre os dois modais, conseguimos uma economia que varia entre 10% a 12%”, explica o presidente da Ferroeste. Além desse ponto positivo, ele acrescenta que a parceria com os sindicatos de caminhoneiros da região garante o frete durante o ano todo.
(Com Rosalvo Júnior, da Agência CNT de Notícias. Foto: Jorge Wall/Seil/Ferroeste).