Luciano Ducci recebe prêmio nacional para o Mãe Curitibana

principalPrefeito Luciano Ducci recebe certificado de primeiro lugar do concurso nacional sobre cuidados e atenção à saúde materno-infantil, promovido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Foto: Brunno Covello/SMCS

O prefeito Luciano Ducci recebeu na sexta-feira, 23, em Brasília, o prêmio de melhor experiência municipal com o programa Mãe Curitibana. A premiação do Concurso Nacional de Boas Práticas, concedida pela Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e Ministério da Saúde, certifica Curitiba como laboratório mundial de programas na área de maternidade segura. O certificado foi entregue ao prefeito pelo diretor de Ações Programáticas do Ministério da Saúde, Dario Pasche. A capital do Paraná vai agora representar o Brasil na fase continental do concurso em Washington/EUA.

“Esse prêmio me deixa muito feliz porque o programa, implantado há 12 anos, é reconhecido pelos curitibanos e é modelo nacional para outras cidades e estados. E o mais importante, fez com que Curitiba tenha a menor taxa de mortalidade infantil entre as capitais brasileiras”, disse Ducci. A secretária da Saúde, Eliane Chomatas, e a presidente da Fundação de Ação Social, Marry Ducci, participaram da cerimônia, na sede da OPAS, em Brasília.

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Os critérios usados para a escolha da melhor experiência nacional foram o impacto documentado sobre redução da mortalidade infantil, recursos destinados ao programa, criatividade e inovação, sustentabilidade, efeito multiplicador e formação de agentes. O juri foi formado por representantes de 7 organizações: OMS,OPAS,Centro Latino-americano de Perinatologia e Saúde da Mulher e Órgãos vinculados às Nações Unidas (ONU).

Exemplo – Segundo Dario Pasche, o governo federal tem trabalhado para reafirmar o compromisso de melhorar a condição de vida das mães e crianças e lançou em fevereiro no país a Rede Cegonha, programa semelhante ao Mãe Curitibana. “Apesar das dificuldades imensas e complexas, temos visto esforços no país que podemos nos orgulhar, que nos honram e nos dão energia para melhorar a vida das crianças”, disse Pasche.

O concurso faz parte de uma estratégia da Organização Mundial de Saúde para mobilizar os países para cumprir os 10 objetivos do desenvolvimento do milênio na área da saúde. “Temos que desenvolver um movimento de intercâmbio e informações para incorporar o tema saú da mulher e da criança na agenda política e pública”, afirmou a organizadora do concurso, Matilde Madaleno, que participou da premiação por videoconferência direto de Washington.

Na premiação, o prefeito Luciano Ducci destacou que o programa reduziu para um dígito a mortalidade infantil e já atendeu 200 mil mães e crianças. “Esse é um programa aprovado pelas mães curitibanas, com belos resultados. Sou pediatra, implantei o programa em 1999 quando fui secretário de Saúde e agora, prefeito, me sinto muito honrado por receber esse reconhecimento”, afirmou.

“O Mãe Curitibana garante o melhor pré-natal que uma gestante pode ter e com a participação do seu companheiro, além de atenção ao parto e pós-parto e programa de planejamento familiar. O reconhecimento é resultado da eficiente rede de unidades de saúde e hospitais integrantes do programa e suas equipes multiprofissionais”, completou.

A melhor experiência estadual na área foi da comissão perinatal do governo de Belo Horizonte. “O programa Mãe Curitibana serviu de inspiração para nós, fizemos um trabalho mais modesto, náo nas proporções de Curitiba, mas felizmente estamos tendo resultados positivos”, disse Sonia Lanski,coordenadora do programa na secretaria de saúde da capital mineira.

O evento também premiou as melhores fotos sobre maternidade segura e foi aberta uma exposição dos trabalhos. Participaram da premiação também o representante da Opas no Brasil, Diego Victoria, representantes de organizações de saúde e profissionais da área. “Curitiba é uma escola de boas práticas. Esperamos irradiar o exemplo curitibano para outros lugares”, disse Diego Victoria.

Vínculo – O programa de atenção materno-infantil Mãe Curitibana é pioneiro no Brasil na organização da atenção materno-infantil. Começou a funcionar em 8 de março de 1999 e inspirou ações semelhantes. O Mãe Coruja (Pernambuco), Mãe Paulistana (município de São Paulo) e, mais recentemente, o Rede Cegonha, lançado em março pela presidente Dilma Rousseff.

A iniciativa se baseia no vínculo que se estabelece com a mulher, assim que ela recebe o resultado positivo para gravidez. A partir daí, ela e o bebê são acompanhados pelo sistema público de saúde de Curitiba durante toda a gravidez até 40 dias após o nascimento. Passado esse tempo, a mulher recebe alta do Mãe Curitibana e a criança é automaticamente vinculada ao Programa do Lactente.

O vínculo entre a gestante e a rede municipal de saúde acontece na unidade de saúde do bairro de Curitiba onde ela mora. Ali são feitas consultas programadas, exames e oficinas específicas – encontros periódicos de futuras mamães com técnicos da unidade para conversar sobre temas diversos relacionados à gestação, ao parto, pós-parto, cuidados com o bebê e também planejamento familiar. Nessas reuniões é comum a presença das avós dos futuros bebês e, de maio de 2009 para cá, dos seus pais. É a oficina com o pai presente no pré-natal, fortemente estimulada a partir do décimo ano de implantação do Mãe Curitibana.

Toda Mãe Curitibana sabe, bem antes do parto, onde terá seu bebê. Mais que isso, faz visitas acompanhadas a esses locais, o que traz segurança principalmente para aquelas que terão um filho pela primeira vez. “O Mãe Curitibana pôs um ponto final naquela história triste de a mulher, já com as dores do parto, sair de casa sem saber onde ia ter o nenê e correndo o risco de ter até o seu parto pelo taxista ou pelo policial”, resume o prefeito Luciano Ducci.

200 mil – Desde a criação, 200 mil mulheres e seus bebês foram acompanhados pelo programa. Cerca de 85% das gestantes vinculam-se até o 4º mês de gestação e apenas 13% são diagnosticadas como de médio ou alto risco. Quase 70% dos partos – que representam cerca de 60% das gestantes da cidade – são normais.

No ano passado, 89,6% das pacientes vincularam-se no início da gravidez e puderam fazer sete ou mais consultas de pré-natal. No período foram ofertadas 22.657 consultas contra 17.100 em 1998 – ano anterior à implantação do programa. Na época, 66,4% fizeram sete consultas ou mais.

Nesse período também caiu o número de gestantes com menos de 20 anos de idade. Enquanto em 1998 19,8% das mães tinham menos de 20 anos, essa taxa caiu para 14,2% em 2010.

Resultados – O programa contribui, de forma significativa, na redução da mortalidade infantil e materna. De 1998 para 2009 a mortalidade infantil caiu de 16,64 por 1000 nascidos vivos para 8,97 / 1000. O dado de 2010, preliminar, é idêntico ao do ano anterior e coloca Curitiba na posição de cidade com o menor indicador entre as capitais.

A redução da mortalidade materna também merece destaque. De 60,5 por 100 mil nascidos vivos entre 1994 a 1999 e de 43,9 por 100 mil entre 2000 e 2005, o indicador desceu para 38,6 por 100 mil nos últimos 5 anos.

Fonte: Imprensa PMC