Tecnologia transforma lixo urbano em gás

Especialista diz que pela teoria, tecnologia pode ser utilizada para gerar energia elétrica em municípios com 30 mil habitantes.

Uma nova tecnologia pode ajudar os municípios do interior a minimizar os problemas causados pelo lixo urbano. A técnica promete transformar o lixo em gás e, de quebra, gerar energia elétrica. O sistema já é utilizado no interior do Paraná e de São Paulo e, segundo seus idealizadores, em tese, poderia ser utilizada em todos os municípios do Amazonas.

A gaseificação é um processo que consiste no aquecimento do lixo em uma câmara especial que suporta altas temperaturas e pressão. Submetido a essas condições, o lixo se transforma em gás, que por meio de processos físico-químicos é transformado em combustível. Esse gás pode ser apenas queimado em torres de combustão ou utilizado em usinas termelétricas, como as que geram eletricidade em Manaus e no interior do Estado.

A tecnologia de gaseificação que poderá ser desenvolvida no Amazonas está sendo trazida por meio de uma parceria entre a paranaense ELBrasil e a RioLimpo, empresa que atua no Amazonas. Evandro Lopes, sócio da ELBrasil e professor de engenharia de materiais da Universidade Federal do Paraná, diz que a gaseificação do lixo é uma alternativa às dificuldades encontradas pelos municípios do interior do Amazonas em relação ao armazenamento dos resíduos sólidos e à geração de energia elétrica. “A gaseificação faz o lixo virar gás e esse gás pode ser usado em usinas térmicas. Esse gás pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel usado para a produção de energia elétrica”, explica. Segundo Joaquim Buemerad, diretor da RioLimpo, algumas prefeituras demonstraram interesse pela tecnologia.

“Através da Associação Amazonense de Municípios (AAM), vários municípios já conhecem o projeto, porém, estamos tentando junto ao presidente da AAM para tratarmos o assunto em palestra para que todos os prefeitos possam conhecer essa tecnologia. O interesse existe e a implantação dessa tecnologia se encaixa em vários municípios, devido à característica do nosso Estado em possuir cidades pequenas”, disse. O presidente da AAM, Jair Souto, disse que vai se reunir com técnicos esta semana e que pretende reunir todos os prefeitos do interior para apresentar o processo. “A princípio, é uma tecnologia que nos interessa, sobretudo porque pode nos ajudar com o processo de adequação à Lei dos Resíduos Sólidos. Mas precisamos, primeiro, nos interar sobre os detalhes”, adiantou Souto.

Dos 62 municípios do Estado, apenas dois – Manaus e Coari – têm aterros sanitários em condições adequadas. A Lei Federal de Resíduos Sólidos determinou que todos os municípios brasileiros apresentem, até 2012, um plano de gestão sobre como vão tratar e acondicionar o lixo.

Fonte: Gasnet by  Portal A Crítica