02 de novembro é o Dia Mundial de Combate à Pneumonia
A pneumonia é uma inflamação aguda que acomete os pulmões. Em sua maioria tem causa infecciosa (bactérias, vírus ou fungos), mas pode também ser ocasionada por agentes químicos e alérgenos. Dados do SUS (Sistema Único de Saúde) demonstram que a pneumonia é a terceira causa de internação entre idosos, representando mais de 6% do total de internações na rede pública.
De acordo com Clovis Cechinel (CRM 20.828), geriatra do Frischmann Aisengart, um dos aspectos mais importantes relacionados à pneumonia no idoso se refere aos sintomas que a pessoa apresenta. Isso porque, no idoso, o quadro clínico da pneumonia pode ser completamente diferente daquele apresentado pelo jovem. Essa peculiaridade pode dificultar um pouco o diagnóstico da infecção, retardando o início do tratamento.
Cechinel explica que, em indivíduos jovens, o quadro clássico da pneumonia seria a presença de febre, tosse com catarro e dor no peito associada à tosse e à respiração. No idoso,é mais comum a presença de prostração, queda do estado geral, redução do apetite, desânimo e mudança do estado mental (ou seja, o paciente pode ficar apenas mais confuso, não falar coisa com coisa). “Todo idoso que apresenta alteração aguda do estado mental ou outros sintomas gerais, que não indicam uma doença específica, deve ser pesquisado para a presença de pneumonia”, diz.
O geriatra relata que a incidência de pneumonias nos idosos aumenta durante os surtos de gripe, o que leva a um maior número de internações. Por isso a importância da vacinação do idoso. Alguns estudos mostram que os idosos com pneumonia internam três a quatro vezes mais do que os adultos jovens com pneumonia adquirida na comunidade. Já as pneumonias em instituições de longa permanência são de duas a quatro vezes mais frequentes do que as adquiridas na comunidade.
Cechinel revela que o diagnóstico é feito através do quadro clínico, exame físico e de imagem como radiografia de tórax e/ou tomografia computadorizada. Os principais fatores de risco para pneumonia nos idosos são: tabagismo, desnutrição, DPOC, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, diabetes, câncer, doença neurológica e psiquiátrica, medicamentos sedativos, alcoolismo, tubos endotraqueais e nasogástricos, cirurgia recente, incapacidade para as atividades de vida diária, internação em hospitais e instituições de longa permanência e gripe.
Segundo o geriatra, o tratamento deve ser iniciado rapidamente e orientado pelo médico. Na maioria dos casos pode ser feito em domicílio com acompanhamento ambulatorial. Nos casos mais graves é indicada a internação hospitalar.
O especialista lembra que a prevenção é de extrema importância em saúde pública, devido à gravidade da infecção e à alta taxa de mortalidade. A vacinação contra a gripe, a vacinação contra o pneumococo e os cuidados gerais como a higiene oral, posicionamento correto no leito, manutenção do bom estado funcional, controle das doenças crônicas, realização de fisioterapia motora e respiratória, aporte ao familiar são medidas específicas. “Por isso a necessidade de uma equipe multidisciplinar preparada para atuação na área de geriatria e de gerontologia”, finaliza.