Desenvolvimento de APLs depende de inovação, diz diretor da CNI

Brasília – A inovação é a chave para o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) – grupo de empresas de uma mesma cadeia produtiva instaladas na mesma região geográfica, que cooperam e competem entre si. O alerta foi feito nesta quarta-feira, 9 de novembro, pelo diretor adjunto de Educação e Tecnologia daConfederação Nacional da Indústria (CNI), Sérgio Moreira, durante 5ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais.

Segundo Moreira, as empresas brasileiras produzem pouca tecnologia e exportam menos ainda. “A Pesquisa industrial de Inovação Tecnológica aponta que 3% das empresas desenvolvem produtos para o mercado nacional e apenas 0,3% para o mercado externo”, explicou.

Para melhorar esse cenário, Moreira propôs melhorias na infraestrutura, mais agilidade no sistema de registro de propriedade intelectual e incentivos para atrair centros de pesquisa e desenvolvimento estrangeiros. Ele sugeriu ainda o aperfeiçoamento do marco legal da inovação. Além disso, destacou que é necessário mudar regras alfandegárias para favorecer as empresas brasileiras que querem exportar.

Durante o evento, o gerente executivo da Unidade de Cooperação Internacional da CNI, Renato Caporali, afirmou que o custo do investimento no Brasil aumentou muito nos últimos anos, inibindo o empreendedorismo, que é o principal motor da criação de APLs. Caporali, que também é chefe de Gabinete da Presidência da CNI, explicou que a valorização do real diante do dólar, o crédito abundante e a grande oferta internacional de produtos industrializados também atrapalham o desenvolvimento dessas organizações no Brasil. “São fatores que diminuem as vendas e inviabilizam a criação de mais APLs”, explicou Caporali.

Ele propôs maior integração entre os arranjos regionais e as cadeias produtivas interregionais para ampliar a abrangência territorial e a competitividade dos APLs. Caporali lembrou que a maioria dos arranjos existentes no país nasceu entre os anos 70 e 80, quando o mercado interno tinha poucos atrativos para os concorrentes internacionais e a China ainda não era uma ameaça tão grande para as empresas brasileiras.

Entre outros convidados, participaram da 5ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais, a secretária do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Heloisa Menezes, o diretor Técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Alberto dos Santos. O evento, organizado pelo Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ocorre de 8 a 10 de novembro, em Brasília.

Fonte: Agência CNI