Sebrae/PR fomenta criação de centrais de negócios para melhorar a lucratividade de empresas e profissionais de diversos ramos de atuação
Formar parcerias para elevar a competitividade, num mercado cada vez mais globalizado. Essa é a filosofia das centrais de negócios, uma metodologia do Sebrae, que visa a união de empresários de um mesmo segmento para melhorar a competitividade de micro e pequenas empresas.
Em Londrina, norte do Paraná, 21 arquitetas formaram recentemente a Central i_Arq. A ideia pioneira nasceu da vontade e mobilização de um grupo de amigas que ansiava compartilhar experiências sobre o mercado, principalmente em relação a orçamentos e fornecedores.
As arquitetas começaram a se reunir quinzenalmente, para trocar ideias, até que surgiu a necessidade de saírem da informalidade e firmarem algo mais concreto. Num primeiro momento, buscaram capacitação sobre gestão, para melhorar a administração de seus negócios.
O segundo passo foi dado quando o grupo procurou o Sebrae/PR, para a abertura de uma central de negócios. “As consultorias abriram nossos horizontes e captamos outros profissionais interessados em melhorar sua atuação por meio de parcerias”, diz Claudia Helena Meyer, presidente da i_Arq.
“Uma proposta de central de negócios não se limita a comprar em grandes volumes de fornecedores, para revender por preços menores, como acontece em uma central de compras”, explica o consultor do Sebrae/PR em Londrina, Ricardo da Silva Magno.
No caso das arquitetas londrinenses, segundo o consultor do Sebrae/PR, um dos objetivos é projetar as profissionais e melhorar sua imagem, já que a maioria acredita que a contratação de arquitetos é viável apenas quando se trata de grandes empreendimentos.
O grupo de arquitetas quer investir em marketing para expandir o mercado. “Queremos mostrar que o arquiteto é um profissional acessível e que pode atuar como consultor. Nosso trabalho consiste em lapidar as ofertas do mercado, analisar a necessidade de um cliente, o conforto, a qualidade, a funcionalidade e a durabilidade dos produtos”, diz Claudia Meyer.
Segundo a presidente da i_Arq, outra vantagem do trabalho em parceria é a motivação. “Precisamos inovar sempre e, juntos, essa tarefa é mais fácil. Em sua maioria, o grupo é formado por profissionais e a central contribui para as mudanças de conceitos. Nas consultorias, aprendemos como lidar com as oportunidades do mercado para alcançar resultados positivos.”
Para melhorar o desempenho do grupo, a Central i_Arq é dividida em comitês, que atuam em áreas específicas como marketing, finanças, parcerias, fornecedores, entre outros. As comissões foram criadas para resolver soluções pontuais, como análise de mercado e potenciais clientes.
Associativismo
De acordo com a metodologia das centrais de negócios, a atuação coletiva garante redução na planinha de custos a partir da compra de serviços em grande volume – planos de saúde para funcionários, seguros de carro, softwares, entre outros.
No norte pioneiro do Paraná, oito fábricas de cerâmicas de diferentes cidades implantaram o método há um ano. As reuniões da Associação de Cerâmicas do Norte Pioneiro (ACENORPI) são realizadas via internet. Juntas, as empresas conseguem fazer compras com uma redução significativa. Na última aquisição de correias, para o maquinário, o desconto foi de 20%.
Eles também contrataram um serviço de consultoria da Associação Nacional da Indústria da Cerâmica (Anicer), por um custo bem reduzido, o que seria inviável para as empresas individualmente. Edson Tini Junior, um dos associados da ACENORPI, comenta que a experiência está sendo válida.
“Participamos de encontros presenciais e recebemos a visita de consultores do Rio de Janeiro em nossa fábrica. O treinamento oferece a atualização e melhorias na qualidade dos nossos produtos”, diz Edson Tini.
De acordo com Ricardo Magno, consultor do Sebrae/PR, num mercado competitivo, a prática do associativismo é uma alternativa para melhorar os negócios, principalmente no setor de construção civil, que passa por um período de grande desenvolvimento tecnológico. Nos próximos cinco anos, por exemplo, os tijolos ganharão nova configuração.
“Para acompanhar o mercado, os ceramistas terão que investir em tecnologia, algo que custa caro. A união das empresas divide os custos dos investimentos e permite que as fábricas continuem produzindo tijolos compatíveis com as novas necessidades do setor”, explica Ricardo Magno.
O Sebrae/PR incentiva a criação de centrais de negócios porque acredita que as parcerias podem fomentar ações que refletem na lucratividade dos empreendimentos. “Essa é uma forma de contribuir com a economia de uma determinada região, já que as micro e pequenas empresas são as maiores empregadoras do País e qualquer medida adotada com o objetivo de fortalecer esse setor tem um papel social importante”, acrescenta Ricardo Magno.
Ele acredita ainda que outro benefício da central de negócios é a participação em processos licitatórios e compras governamentais. “Com um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) comum, os arquitetos podem pleitear um projeto do governo e os ceramistas podem se tornar fornecedores de prefeituras e melhorarem a competitividade em seus negócios”, argumenta Ricardo Magno.
Fonte: ASN/ Sebrae/PR