Brasília – A Conferência Rio+20, evento que discutirá, em junho de 2012, os avanços nas políticas internacionais de proteção ao ambiente, pode aumentar o controle sobre o uso dos recursos naturais. Isso colocará em risco o processo de crescimento econômico. O alerta foi feito nesta terça-feira, 22 de novembro, pela diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Monica Messenberg.
“A sustentabilidade deve ser um fator de competitividade para o setor industrial, não de atraso”, afirmou Monica, durante o seminário Propostas para a Conferência Rio+20: temas para aprofundamento do diálogo social, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Na avaliação da indústria, as decisões políticas mundiais não podem mais ser tomadas exclusivamente com base na evolução do Produto Interno Bruto (PIB), porque só avalia a capacidade de produção de riquezas dos países. Por isso, a diretora da CNI propôs a construção de indicadores de desenvolvimento, que considerem os aspectos ambientais e sociais.
Conforme Monica, a capacidade do Brasil de combinar a conservação do meio ambiente com crescimento econômico depende de outras ações, como a reforma tributária, a facilidade de acesso aos financiamentos públicos e a qualificação dos trabalhadores. “É necessário uma ação conjunta entre os setores público e privado”, acrescentou.
Ela explicou ainda que as empresas podem contribuir com o processo de desenvolvimento sustentável, investindo no uso racional de energia, no reaproveitamento de resíduos, na eficiência operacional e logística e na inovação.
Também participaram do seminário os ministros Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República e secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa.
Os debates tiveram a presença de representantes de organizações não-governamentais, de trabalhadores e da sociedade civil. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lembrou que a Rio+20 ocorrerá em ano eleitoral para muitos países, e isso pode gerar conflito de interesses e dificultar as negociações para um amplo de conservação dos recursos naturais.
Fonte: Agência CNI