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D’apote: a retomada deve ser anual para que haja bom fluxo, já que os campos em produção vão declinando
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Brasília – O governo precisa retomar as rodadas de licitação para exploração e produção de gás natural, paralisadas há quase quatro anos, de modo a desenvolver o mercado interno do insumo, um dos maiores desafios energéticos do país. A proposta foi feita pela diretora da GasEnergy, Sylvie D’apote, nesta terça-feira, 6 de dezembro, durante reunião do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra), da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A GasEnergy dá assessoria empresarial na área de gás natural e energia na Argentina, Bolívia,Peru, Canadá e Brasil. “Em 2012, o país chegará a quatro anos de defasagem. A retomada deve ser anual para que haja bom fluxo, já que os campos em produção vão declinando”, recomendou D’apote.
Desde o inicio das licitações, há 12 anos, 3.513 blocos foram leiloados, com 70 grupos econômicos em operação. Hoje, 85% dos campos em produção são operados pela Petrobras. Para a diretora da GasEnergy, que foi gerente para a América Latina da Agência Internacional de Energia (IEA), em Paris, a precificação do gás natural será alterada de ‘formadora de preço’, como é hoje, para ‘tomadora de preço’ em um cenário de grande oferta e desconcentração da produção.
O preço do gás na boca do poço (commodity) é U$ 5,34 por milhão de Btu. A indústria compra por U$ 18,73 mBtus, incluindo impostos. “Há uma margem grande para a redução deste custo”, afirmou ela.
O presidente do Coinfra, José de Freitas Mascarenhas, que também preside a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), defendeu transparência para investidores e consumidores do mercado de gás natural. Segundo ele, duas propostas da CNI para a elaboração de uma política de gás natural não foram adiante.
Numa estimativa conservadora, a GasEnergy prevê a oferta de 223 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia em 2020. Hoje, a produção é de 108 mm³/dia. A garantia desta oferta, assinalou Sylvie D’apote, depende, porém, da velocidade da exploração do gás das reservas do pré-sal, com o uso de 16 plataformas. Na projeção mais agressiva, com 19 plataformas, a oferta de gás chegaria a 263 mm³/dia, de acordo com a GasEnergy.
Fonte: Agência CNI/ Foto: Miguel Angelo