Rio de Janeiro – A falta de qualidade na educação básica é um dos principais obstáculos à formação de profissionais adequados às novas exigências das empresas. “O Brasil está entre os últimos colocados no Pisa, o programa internacional que avalia a educação básica em 65 países. A nossa educação profissional é de boa qualidade, mas acaba vítima de uma educação básica ruim”, afirmou o professor Cláudio de Moura Castro, da Universidade de Brasília (UnB), nesta terça-feira, 6 de dezembro. Ele foi um dos palestrantes do workshop Desafio da Qualificação, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).
Organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), o evento discutiu a educação no país. Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, as empresas enfrentam dificuldades para encontrar profissionais preparados porque os estudantes desconhecem conteúdos e competências básicas. Além disso, há o desinteresse pela educação profissional.
“Além da falta de qualidade na educação básica, temos um problema de estrutura, de conteúdo. Não temos um modelo de educação, que combine teoria e formação profissional”, disse Lucchesi. Ele destacou que as discussões sobre a qualidade na educação são fundamentais para o país formar profissionais qualificados.
O encontro desta terça-feira, que reuniu cerca de 400 representantes das áreas de recursos humanos das empresas, é o segundo de uma série que SENAI, SESI e ABRH estão realizando em diversas capitais brasileiras. O primeiro ocorreu em novembro, em Curitiba. O próximo está agendado para março de 2012, mas o local e a data devem ser definidos até o final deste mês.
“O tema dos workshops é sempre o mesmo. Mas a nossa próxima etapa será sobre as ações que podemos fazer para ajudar a construir políticas públicas que melhorem a qualificação profissional no país”, explica Leyla Nascimento, presidente da ABRH nacional. “A ideia é formular uma proposta de trabalho conjunto para reduzir a escassez de capital humano qualificado”, adiantou Leyla.
Fonte: Agência CNI