Prótese de silicone e câncer de mama

As explicações são de Roberta  Carvalho, médica do Frischmann Aisengart

As próteses de  silicone da empresa francesa Poly Implants Protheses (PIP) tiveram 25 mil  unidades comercializadas no Brasil e, deste número, têm um lote ainda  desconhecido com defeito. A empresa francesa PIP estava proibida de  comercializar próteses no Brasil desde 1.º de abril de 2010 por causa do alto  número de casos de rompimento na França. Há a suspeita de que as próteses  causaram câncer em oito mulheres, porém, as suspeitas não foram confirmadas.  Esta polêmica trouxe à tona uma das maiores dúvidas em relação à mamoplastia de  aumento, mais conhecida como cirurgia de prótese de mama: ela pode levar ao  câncer de mama?

Roberta  Carvalho, médica do Frischmann Aisengart, explica que nenhuma pesquisa comprovou  uma relação entre a prótese e o câncer de mama. “A prótese pode apenas  prejudicar o exame diagnóstico deste tipo de câncer, mas não vai impedir que ele  seja detectado. No mais, não há nenhuma relação entre a mamoplastia e a doença”, reforça.

Dra. Roberta  afirma que, no caso de a prótese estourar, como o que pode ocorrer com a prótese  francesa PIP, pode acontecer o vazamento do silicone nas mamas. Em 80% dos  casos, o silicone fica retido na própria mama, mas existe uma chance de 20% de o  líquido vazar e se espalhar pela mama e, em casos mais extremos, migrar para  outros órgãos. “Por isso, sugere-se a troca da prótese a cada dez anos. A troca  costuma ser mais fácil e rápida do que a primeira colocação, e normalmente não  acarreta em novas cicatrizes na mulher”, conta a médica.

Mas nem sempre a  prótese prejudica o exame mamográfico, segundo revela a Dra. Roberta, já que  existem técnicas especiais para a realização de mamografia nestas pacientes de  forma a não comprometer o resultado. A especialista orienta que as mulheres que  venham a fazer esta cirurgia estética procurem conversar com o médico  responsável sobre a melhor forma de colocação da prótese. “É sempre bom reforçar  que você quer um tipo de técnica de colocação da prótese que não prejudique seus  exames, principalmente se você faz parte de grupos de risco, como para quem tem  casos de câncer de mama na família, em especial mãe, filha ou irmã”, afirma.

A médica lembra  que alguns estudos mostram que o câncer de mama palpável tende a ser descoberto  com mais precocidade por mulheres com prótese. “Até porque elas tendem a ser  mais cuidadosas com o auto-exame. Isto se deve também ao fato dessas mulheres  pertencerem a um grupo de maior poder aquisitivo e com maior nível  sócio-cultural, sendo mais esclarecidas quanto à importância do auto-exame e dos  exames periódicos”, afirma.

Os exames  indicados para mulheres com ou sem prótese são os mesmos e a partir da mesma  idade. A partir dos 40 anos, é indicado que a mulher faça anualmente uma  ecografia mamária e a mamografia. Em casos de suspeitas de complicação, também é  indicada a ressonância mamária. “Mas esta idade só vale para quem não tem  história familiar de parentesco de primeiro grau”, reforça a Dra.  Roberta.

Caso seja  detectada a doença em uma mulher que tenha prótese, o tratamento também deverá  ser igual. Normalmente, é feita uma cirurgia de retirada do nódulo, podendo ser  seguida de rádio e quimioterapia. “A única diferença é que, nesta cirurgia,  também deverá ser feita a retirada da prótese”, explica.

A médica lembra  que os principais sintomas e sinais da doença são nódulo endurecido indolor na  mama, a maioria descoberto pela própria paciente. Sintomas menos frequentes  incluem dor, secreção mamilar, erosão, retração da pele, prurido, vermelhidão e  massa axilar.

Fonte: Assessoria de Imprensa Frischmann Aisengart