Skaf e centrais sindicais vão ao Senado pedir aprovação da Resolução 72

Presidente da Fiesp recebeu líderes dos trabalhadores na sede da entidade para discutir recuperação da indústria

O presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), Paulo Skaf, recebeu na tarde desta segunda-feira (27) líderes de centrais sindicais para discutir ações de combate à desindustrialização, entre as quais a ida à Brasília nesta terça-feira (28) para pedir ao Senado a aprovação da Resolução 72.

“A nossa palavra é de união. Estamos preocupados com os problemas da indústria no Brasil. Estaremos todos juntos amanhã, em Brasília, para pedir ao Senado Federal que aprove a resolução 72”, afirmou Skaf após o encontro com Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, Ubiraci Dantas Oliveira, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Adi dos Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), entre outros líderes.


O presidente da Fiesp/Ciesp, Paulo Skaf (de pé), e líderes de centrais sindicais, durante encontro na sede da entidade

A Resolução 72 busca acabar com a diminuição da alíquota interestadual de ICMS no Estado de desembarque da mercadoria vinda do exterior (origem), uma prática que vem fomentando o ingresso excessivo de importações no País, via portos.

Pela resolução, uma alíquota de 4% passaria a ser cobrada no Estado de destino. “É preciso eliminar o instrumento que os governos estaduais têm para incentivar a entrada de produtos importados”, completou o presidente da Fiesp. A entidade defende a aplicação de 4% na origem tanto para os produtos importados quanto para os nacionais.

Desindustrialização

Segundo o presidente da Fiesp/Ciesp, o governo já está ciente do problema da desindustrialização, estimulada pela desvalorização cambial que facilita a entrada de mercadoria importada no mercado brasileiro e pelo alto custo de produção.

“O que falta é vontade de resolver”, pontuou Skaf. E acrescentou: “Está custando caro produzir no Brasil, a energia é cara, a logística é cara e os juros são altos. É logico que está havendo uma desindustrialização e isso é prejudicial ao país”.

Conforme pesquisa da Fiesp divulgada no início do mês, a participação de mercadorias importadas no consumo brasileiro, no quarto trimestre de 2011, aumentou 0,6 ponto percentual, chegando a 24%. No mesmo período de 2010, o nível de participação dos importados no consumo doméstico era inferior em 1,5 p.p. (22,5%).

“Os empresários estão perdendo sua competitividade e os trabalhadores, os seus empregos”, diagnosticou Skaf. “O Brasil vai ter, em 2030, 150 milhões de pessoas que precisam de emprego, e não é abrindo mão da indústria que o Brasil vai conseguir empregar bem todo esse contingente”, avaliou.

Manifestações

O presidente da Força Sindical anunciou a realização de diversas manifestações em todo o país contra a desindustrialização e a forte penetração de importados no mercado doméstico, que, em sua opinião, tiram a capacidade da indústria nacional de competir.

“Nós estamos organizando uma série de manifestações entre trabalhadores e empresários em vários estados do Brasil”, informou Paulinho da Força, ratificando que não haverá paralisação.

Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp