Doença afeta 21,7% da população brasileira entre 10 e 19 anos de idade
O Governo está fazendo nesta semana (05 a 09 de março) uma campanha para combater a obesidade entre crianças e adolescentes. A campanha está centrada nos 5 milhões de alunos das escolas públicas, a quem serão dados cursos sobre nutrição e alimentação saudável, Agentes de saúde também estão indo às escolas para avaliar o estado físico dos alunos e recolher os dados necessários para determinar os Índices de Massa Corporal e outros relacionados com o sobrepeso. De acordo com dados oficiais, a doença afeta 21,7% da população brasileira entre 10 e 19 anos de idade.
Mauro Scharf (CRM 13.009), diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, explica que a obesidade é uma doença caracterizada por aumento da gordura corporal, que pode levar a várias outras patologias e até à morte mais precoce. Há estudos mostrando que há de 20 a 50% de chance de a criança se transformar em um adulto obeso, aumentando esta proporção à medida que cresce. “E finalizar a puberdade com obesidade pode significar mais de 70% de risco de ser um adulto obeso”, afirma Scharf.
Segundo o especialista, é fácil descobrir se um adulto está acima do peso. O Índice de Massa Corporal (IMC) consiste na divisão do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros). Por exemplo: em uma pessoa com 90 kg e 1,70 m o IMC será: 90 / 1,70 x 1,70 = 32,1. Pessoas com IMC entre 20 e 24,9 têm peso normal; entre 25 e 29,9 têm sobrepeso e com 30 ou mais são obesas. Na criança, há tabelas específicas correlacionadas ao ICM com a idade da criança, para definir a obesidade.
Além do IMC, a distribuição da gordura corporal também é importante. A obesidade mais grave é a do tipo visceral, isto é, relacionada com o acúmulo de gordura na região do abdome. Esta é a mais frequentemente associada às alterações cardiovasculares. As principais doenças associadas à obesidade são hipertensão arterial, diabetes mellitus, alterações das gorduras no sangue (dislipidemias), doença coronariana (que predispõe ao infarto) e doenças reumatológicas e ortopédicas. “E cada vez mais crianças apresentam essas doenças ou predisposição a essas enfermidades devido à obesidade”, alerta o endocrinologista.
Scharf explica que a obesidade ocorre quando não há um balanço entre o que é ingerido nas refeições e o que o organismo gasta nas suas atividades. “Os alimentos servem para produzir a energia necessária para o funcionamento do corpo. Se sobra energia, ou porque a ingestão foi grande ou porque a atividade foi insuficiente para usar a energia produzida, ela é transformada em gordura. O acúmulo de energia armazenada sob a forma de gordura leva à obesidade.”
Vários são os fatores que influem para que se instale a obesidade e o fator genético é um dos mais importantes. Pessoas de famílias com obesidade têm maior tendência a ser, também, obesas. “Até porque, normalmente, nas famílias obesas a alimentação é rica em açúcares e gorduras”, complementa o médico. Outro erro é incentivar o excesso de alimentação, acreditando que um bebê “gordinho” é um bebê “saudável”.
O sedentarismo infantil é também uma das principais causas do aumento progressivo de peso. “Na atualidade, devido principalmente à violência urbana, muitas crianças são estimuladas a ficar em frente à TV e ao vídeo-game ao invés de brincar na rua”, lembra o endocrinologista.
O tratamento da obesidade somente deverá ser realizado sob orientação médica. Após o diagnóstico diferencial, este poderá estabelecer um programa de reeducação alimentar, com a adequação tanto da quantidade como da qualidade dos alimentos ingeridos. “É importante lembrar que, em 99% dos casos, a obesidade infantil não está ligada a disfunções hormonais, como a maioria dos pais pensa”, afirma Scharf.
A prática de exercícios físicos, também sob indicação e supervisão médica, visa a aumentar a massa muscular e o gasto de calorias, favorecendo o emagrecimento. O tratamento com medicações, tanto as que auxiliam na diminuição da ingestão de calorias, como as que diminuem a absorção das gorduras no intestino, poderá ser prescrito pelo médico em casos selecionados. “Porém, a mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida é sempre fundamental”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Imprensa Laboratório Frischmann Aisengart