Curitiba – A necessidade de mais informações e capacitação dos empresários do setor metalmecânico para a condução de negociações trabalhistas e a desoneração da folha de pagamento foram as principais demandas apresentadas poor representantes do setor durante uma reunião do Fórum Setorial, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) em Pato Branco, região sudoeste do Paraná, no último sábado (24/3).
Participaram da reunião cerca de 20 líderes empresariais de todo o Paraná. Na ocasião, além de trazer os desafios mais urgentes do setor, os empresários levaram à direção da FIEP os pontos positivos que foram encaminhados pela instituição desde a última edição do fórum, no ano passado.
De acordo com o presidente da FIEP, Edson Campagnolo, outro Fórum Setorial do setor metalmecânico será realizado brevemente em Curitiba, que concentra o maior número de empresas do setor.
Hoje o Paraná tem 6.676 indústrias metalmecânicas que geram 103.704 postos de trabalho. Segundo dados do IBGE as vendas do setor atingiram R$ 15,42 bilhões em 2009. Trata-se de um setor transversal, que está presente em praticamente todos os setores da indústria, com grande impacto na economia do Estado.
No que se refere à questão das negociações sindicais, os empresários cobraram ações de apoio por parte da FIEP, como a criação de indicadores e capacitação de empresários para que possam atuar de forma mais eficaz durante as negociações coletivas de trabalho. “As centrais sindicais negociam em colegiado enquanto o empresário luta individualmente. Sinto uma fragilidade muito grande, é uma luta desigual”, apontou o presidente do Sindimetal Londrina e vice-presidente da FIEP, Valter Orsi.
Quanto à desoneração da folha de pagamento, os empresários pediram uma desoneração “real” da folha, e não somente a troca de um tributo por outro. Eles referem-se à possibilidade de trocar 20% do ICMS incidente sobre a folha de pagamento pela cobrança de um percentual sobre o faturamento da empresa. A medida beneficia grandes empresas, que empregam muitos funcionários, mas prejudica os pequenos empresários.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Outra questão constante na discussão deste sábado foi a ameaça de desindustrialização causada pela importação massiva de produtos acabados, principalmente da China. “O número do faturamento está bom, mas ele esconde que 20% dos produtos vendidos são importados e que 40% dos insumos dos produtos fabricados aqui também vêm de fora”, apontou o vice-presidente da FIEP e presidente do Sindimetal Maringá, Carlos Walter.
Para abordar esta questão, em 3 de abril, empresários e centrais sindicais de todo Brasil marcaram um ato de protesto intitulado “Grito de Alerta” no qual as indústrias pararão suas atividades por até uma hora para alertar o governo para o perigo da desindustrialização.
Fonte: Agência CNI