Páscoa com diabetes, endocrinologista e nutricionista explicam os mitos e verdades sobre o consumo do chocolate

Algumas das mais recentes descobertas científicas revelaram que o chocolate é um alimento que protege o coração, pode ajudar a prevenir o diabetes tipo 2, reforça as defesas do corpo e também pode auxiliar no controle do apetite. Uma ótima notícia, principalmente quando a Páscoa se aproxima. Mas segundo Andressa Leitão, endocrinologista do Centro de Diabetes Curitiba (CDC), apesar da boa notícia, é preciso ter cautela. “Dados científicos comprovam que uma substância encontrada no chocolate amargo promove uma série de benefícios para a nossa saúde, inclusive no controle do diabete tipo 2. Mas apenas quando consumido em pequenas quantidades”, alerta.

No caso do diabetes, a endocrinologista cita uma pesquisa japonesa, publicada no periódico americano Nutrition, que investigou o papel da procianidina, componente do chocolate amargo, no controle do diabetes tipo 2. Segundo os estudos as procianidinas, substâncias derivadas da fusão de flavonóides, melhorariam a eficiência da insulina, o hormônio que insere a glicose dentro das células. Os resultados sugerem que a ingestão de 100 gramas diários poderia fazer os níveis de açúcar no sangue cair. Mas este resultado ainda exige mais pesquisas e comprovações. “Portanto, para os diabéticos, ainda é cedo para consumir o alimento em demasia”, ressalta Andressa.

A endocrinologista lembra ainda que os chocolates dietéticos não possuem menos calorias. Essa especificação do produto contém apenas menos açúcar e, em determinadas fórmulas, pode disponibilizar ainda mais valores calóricos que a versão comum.

Heloisa Hermann, nutricionista do Centro de Diabetes Curitiba, destaca que, em pequenas doses, o chocolate é nutritivo, pois contém vitaminas e sais minerais, além de ter alto teor de flavonoides (antioxidantes que podem ajudar a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares) e de substâncias precursoras da serotonina, responsável pela sensação de prazer e bem-estar. “Além disso, ele é rico em carboidrato e fonte de energia. Mas é bom termos em mente que ele deve ser consumido com moderação devido ao alto teor calórico e presença de gordura”, afirma. Heloisa lembra que o chocolate amargo e o ao leite têm praticamente as mesmas calorias. Mas tanto o chocolate ao leite como o branco são menos recomendados devido às gorduras saturadas presentes no leite. “Por isso, dentre todos os tipos, o chocolate amargo é o que mais contém benefícios para a saúde”, ressalta.

A nutricionista também alerta os pais que, no primeiro ano de vida, é melhor evitar o consumo de chocolate, pois as chances de intolerância à lactose (açúcar do leite) são maiores. A quantidade de consumo indicada para crianças saudáveis de um a cinco anos é de, no máximo, 50 gramas por dia. “E é preciso lembrar que, normalmente, alguns tipos de chocolate possuem cafeína na composição que, em excesso, pode tirar o sono da criança ou reduzir o apetite. O ideal é consumir o chocolate depois das refeições, em pequena quantidade, como sobremesa”, diz.

Mitos e verdades sobre o consumo do chocolate
Mitos
– O consumo de chocolate causa dependência ao organismo;
– O chocolate, mesmo se ingerido em quantidades moderadas, devido ao alto teor calórico, determina aumento de peso;
– Chocolate causa acne.
Verdades
– Por ser vegetal, a gordura da manteiga de cacau não contém colesterol;
– O chocolate libera endorfinas, que podem estimular o apetite sexual e causar sensações de bem-estar;
– O chocolate contém estimulantes como a cafeína e a teobromina, que geram um efeito energético após o consumo de quantidades moderadas.

Fonte: Imprensa Centro de Diabetes Curitiba