Estimativas do Ministério da Saúde demonstram que a população brasileira consome cerca de 12 gramas de sal por dia, mais do que o dobro recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de até 5 gramas diárias. O consumo excessivo de sal contribui para o aumento do risco de desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), tais como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e doenças renais. No Brasil, em 2007 as DCNT responderam por 72% do total das mortes por causa conhecida. Em termos de custos ao Sistema Único de Saúde, no período de 2001 a 2010 houve aumento de 63% dos gastos em internações associadas à hipertensão (desconsiderando o ônus com perda da qualidade de vida, não mensuráveis). Internações por acidentes vasculares cerebrais, infarto do miocárdio e outras doenças isquêmicas oneraram em 2010 quase U$ 20 milhões o Sistema de Saúde brasileiro.
Segundo Mauro Scharf, diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, uma das maiores causadoras de hipertensão é a ingestão excessiva de sal. “O excesso provém, em grande parte, dos alimentos processados, já que eles contêm sal na forma do seu princípio ativo, o sódio”. diz.
O médico explica que a hipertensão arterial acontece quando os níveis da pressão estão acima de valores de referência para a população geral. Apesar do valor normal de pressão arterial ser de 120×80 mmHg, considera-se alteração de pressão apenas quando os valores forem superiores a 140×90 mmHg.
No caso das crianças, os valores variam de idade para idade e são sempre mais baixos do que a referência nos adultos. Qualquer indivíduo pode apresentar esporadicamente níveis de pressão arterial altos sem que seja considerado hipertenso. “Somente a manutenção dos níveis permanentemente altos em múltiplas medições, em diferentes horários, em várias posições e condições (repouso, sentado ou deitado) caracteriza a hipertensão arterial. A medida da pressão arterial deve ser realizada apenas com aparelhos confiáveis”, afirma Scharf.
O especialista dá dicas sobre como diminuir a quantidade de consumo do sal. São elas: retirar o saleiro da mesa, controlar o uso do sal no cozimento, preferir sempre alimentos frescos, substituir o sal por temperos e ervas frescas ou secas (como alho, cebola, salsa e pimenta vermelha fresca, por exemplo), evitar os temperos prontos, temperar a salada de outras formas (com azeite de oliva, limão, vinagre, vinagre balsâmico e ervas, por exemplo).
Também fazem parte das dicas evitar sopas prontas e embutidos, conservas salgadas, salgadinhos, frios salgados e queijos gordos. “Não esqueça também de sempre ler os rótulos dos alimentos e escolher as versões com pouco sódio”, enfatiza Scharf.
O médico também sugere que se consuma adoçantes como estévia, sucralose, frutose e aspartame, já que os mais comuns têm sódio. Para as comidas enlatadas, como milho e palmito em conserva, a dica é remover o excesso de sal deixando-as de molho em água fresca por uma hora.
Fonte: Laboratório Frischmann Aisengart