Já lavou suas mãos hoje?

Nesta terça-feira (15/5) comemorou-se o Dia Nacional de Controle da Infecção Hospitalar. Este dia – instituído pela Lei nº 11.723, de 23 de junho de 2008 – objetiva conscientizar autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções hospitalares.

Tão cuidadosa quanto o assunto exige, a higienização das mãos é o procedimento mais importante e barato para evitar a transmissão da infecção hospitalar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, no começo do mês de maio, um Relatório sobre Autoavaliação para Higiene das Mãos (HM), que destaca a participação de 2.119 serviços de saúde de 69 países. Apenas no Brasil, 906 serviços localizados em todas as regiões do país, participaram da pesquisa que culminou no Relatório.

Como a infecção hospitalar é uma síndrome infecciosa adquirida dentro das unidades de saúde, qualquer pessoa está sujeita a contraí-la. Ela está diretamente relacionada ao procedimento a ser realizado durante um atendimento ambulatorial, por exemplo.

Anvisa divulga avaliação sobre higienização das mãos em serviços de saúde brasileiros

Já está disponível no site da Anvisa o Relatório sobre Autoavaliação para Higiene das Mãos (HM). O documento apresenta os resultados brasileiros para o instrumento elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O trabalho é inédito e revela dados importantes sobre as rotinas de segurança sanitária realizadas por gestores e profissionais que trabalham em estabelecimentos de saúde de todo o Brasil.

A higienização das mãos é o procedimento mais importante e barato para evitar a transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde. Entre os resultados, alguns merecem destaque. O relatório mostra, por exemplo, que 70% dos estabelecimentos de assistência à saúde (EAS) dispõem de orçamento exclusivo para a aquisição contínua de produtos para higienização das mãos. A maioria dos estabelecimentos – 75% – possui ainda um sistema de auditorias regulares para avaliar se o álcool gel, sabonete, toalhas descartáveis e outros materiais necessários estão disponíveis para a lavagem das mãos.

Com relação específica sobre a disponibilidade de álcool gel, mais da metade das unidades – 53% – afirmaram que o produto se encontrava amplamente disponível na instituição, com fornecimento regular em cada ponto de assistência. O relatório mostra ainda que 99% dos serviços participantes da pesquisa contam com água corrente limpa, 93% contam com sabonete em todas as pias e 92% possuem toalhas descartáveis em todos os lavatórios.

Dos 901 estabelecimentos de saúde que responderam ao questionário, 67% possuem um lavatório para cada dez leitos e um lavatório para cada unidade de terapia intensiva. Quando o assunto é a divulgação das práticas de lavagem das mãos, a pesquisa indica que na maioria das instituições que responderam ao questionário – 70% – há a presença de cartazes nas áreas hospitalares com explicações sobre as indicações de higienização das mãos.

Com base nas respostas, a equipe da Anvisa avalia que ainda é necessário um grande esforço por parte dos estabelecimentos de assistência à saúde em áreas importantes. A pesquisa aponta que em 66% deles não existe um sistema de observadores para verificação da adesão à higienização na instituição. A maioria – 68% – também não conta com orçamento específico para capacitação e treinamento sobre o tema.
Outro problema constatado é o de que em 77% dos estabelecimentos o profissional de saúde não tem retorno sobre os dados de adesão à higienização das mãos. “Seria importante essa devolutiva para o profissional perceber que sua prática está sendo monitorada e assim ter estímulo para continuar e aperfeiçoar a higienização das mãos”, diz a gerente de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde da Anvisa, Magda Costa.

Pesquisa
A pesquisa contou com a participação de 901 serviços de saúde e foi feita por meio de um formulário disponível na página eletrônica da Anvisa, sendo voluntária a adesão dos estabelecimentos de saúde. O formulário ficou disponível entre os dias 4 de maio e 31 de dezembro de 2011, com o objetivo de avaliar a situação da rede hospitalar no Brasil em relação à promoção e às práticas de higienização das mãos.

O grande número de estabelecimentos que participaram da pesquisa é uma amostra representativa da situação nacional sobre o tema. O texto do documento intitulado “Instrumento de Autoavaliação para Higiene das Mãos”, foi fornecido à Anvisa pela Organização Mundial da Saúde e traduzido para a língua portuguesa pela Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecções Relacionadas à Saúde (APECIH).

Fonte: Imprensa/Anvisa