Para Andrade a valorização cambial dá alguma competitividade à indústria e uma certa isonomia diante da concorrência dos produtos importados. Foto: Miguel Ângelo
Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, rebateu nesta quarta-feira, 16 de maio, o temor de que a valorização cambial pressione a inflação, como têm alertado os analistas de mercado.
Argumentou ele que os preços industriais, os mais afetados pela oscilação do dólar, estão baixos e a inflação foi impulsionada sobretudo pelo setor de serviços, que não sofre influência do câmbio. “A alta do dólar não será inflacionária”, enfatizou.
O presidente da CNI informou que embora ainda não tenha chegado ao câmbio ideal para a indústria, entre R$ 2,40 e R$ 2,60, dependendo do setor, o dólar na casa dos R$ 2,00 fará a entidade rever desde já sua estimativa de crescimento do setor para este ano, antes fixada em 2%, para um intervalo entre 2,5% e 3%.
“A valorização cambial dá alguma competitividade à indústria e uma certa isonomia diante da concorrência dos produtos importados. A taxa ao redor de R$ 2,00 é suficiente para se obter uma recuperação importante e esperamos que venha a subir com a continuidade da queda dos juros”, declarou Andrade.
Segundo ele, a indústria vem operando com estoques elevados e uma capacidade de produção abaixo do desejado, quadro que irá melhorar com a valorização do câmbio. Andrade disse que alguns setores que importaram grande volume de insumos, como o automobilístico com autopeças, o eletro-eletrônico e o de máquinas e equipamentos, terão de ajustar a margem de lucro com o encarecimento das compras externas.
Afirmou ainda acreditar na recuperação da produção de automóveis no segundo semestre com a queda dos juros, que reduzirá a inadimplência e ampliará o consumo, pela maior oferta de crédito.
Fonte: Agência CNI