Indústria química e farmacêutica discute entraves para o crescimento

Encontro faz parte da programação dos Fóruns Setoriais. Demandas serão atendidas através de ações da federação e encampadas junto ao poder público

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, conduziu a reunião com os empresários do setor (Foto: Mauro Frasson)

A infraestrutura logística deficiente e a falta de apoio para inovação foram os principais entraves apontados pelos empresários da indústria química e farmacêutica para o desenvolvimento do setor no Paraná.

A análise foi feita nesta quarta-feira (16), durante reunião do Fórum Setorial da Indústria Química e Farmacêutica, que abrange também a indústria de cosméticos, fertilizantes e refino de petróleo. O evento, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), tem como objetivo identificar quais as principais dificuldades para o desenvolvimento dos diversos setores da indústria paranaense e como estes problemas podem ser enfrentados através de ações da Fiep, do poder público e dos próprios empresários.

À frente do evento, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, destacou a importância da interlocução com as empresas e sindicatos para nortear a atuação da federação no que se refere às ações que serão realizadas dentro das casas (Sesi, Senai e IEL) e às bandeiras mais importantes a serem defendidas junto ao poder público municipal, estadual e federal. “O foco da nossa gestão é a aproximação com as empresas e os sindicatos são a melhor conexão com a federação”, apontou.

Hoje o Paraná possui 873 empresas do setor químico e farmacêutico, que geram um total de 22,7 mil empregos diretos. No que se refere ao Valor da Transformação Industrial (VTI), este setor representava, em 2009, 5,5% da indústria paranaense, totalizando R$ 2,6 bilhões.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná (Sinqfar), Marcelo Melek, outra grande preocupação dos empresários se refere à atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fiscaliza, entre outros processos, o registro de produtos. “Além da demora na análise dos processos, a fiscalização local não é uniforme na aplicação das normas”, avalia.

Em 2011, os empresários do setor identificaram como principais dificuldades a concorrência chinesa e a atração de jovens para o mercado de trabalho.

Para enfrentar esta questão a Fiep encampou diversas ações junto ao governo federal com objetivo de sensibilizar os dirigentes sobre o perigo da desindustrialização advinda da concorrência desleal estrangeira. No que se refere à necessidade de mão-de-obra, a federação disponibiliza uma séria de serviços às empresas para que elas capacitem mão de obra e retenham em seus quadros seus colaboradores.

Outro serviço disponibilizado pelo Senai que vai ao encontro das necessidades das empresas do setor químico e farmacêutico é a oferta de testes de laboratório. Segundo o diretor regional do Senai PR, Marco Secco, o Senai possui a maior rede privada de laboratórios do país. Na área físico-química, o laboratório localizado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) realiza mais de 30 mil ensaios por ano.

Para o empresário Sérgio Leopoldo, da AP Winner, localizada em Ponta Grossa, a reunião serviu, não só para identificar as demandas do setor, mas para conhecer mais sobre os serviços do Sistema Fiep e como utilizá-los. Na sua opinião, iniciativas como esta, em que o diálogo é direto entre empresa e federação, é o caminho para encampar as lutas do setor com mais força. “Sozinhos não chegamos a lugar nenhum”, disse.

Fonte: Agência FIEP