1. RIO + 20

OS FATOS

Na Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que está sendo realizada no Brasil, o documento preparado para análise dos governantes reunidos indica compromissos diversos com vistas à continuação dos esforços por um desenvolvimento equilibrado, com base na preservação dos recursos ambientais conjugada com a erradicação da pobreza. A presidente Dilma, no discurso inaugural, salientou o compromisso do governo brasileiro com a questão ambiental indicando avanços como a redução do desflorestamento, produção de energia de fontes renováveis e combate à desigualdade com programas oficiais de transferência de renda, melhoria da habitação, esgotamento sanitário e apoio à agricultura familiar.

ANÁLISE

Embora lideranças dos movimentos ambientalistas e sociais tenham se queixado de que o texto em apreciação pelos chefes de Estado e de Governo seja “pouco ambicioso”, o evento foi impactado pela conjuntura desfavorável que o mundo atravessa. Como declarou o embaixador Luís Figueiredo, representante do Brasil no Secretariado Executivo da conferência, “quem preconiza resultados deve fornecer os meios” e os países industrializados, antes tidos como financiadores ricos dos programas internacionais, agora se debatem em meio a uma crise prolongada. De forma que metas mais firmes para a correção dos problemas ambientais e da miséria só voltarão a ser tratados a partir de 2014 dentro de novas conferências programadas pela ONU sobre o tema.

2. ESTICAR PRAZOS

OS FATOS

O assunto mais importante na conjuntura internacional durante a semana foi a reunião do G-20, o grupo dos países mais representativos na cena mundial, celebrada no México. Os líderes das nações industrializadas, mais os membros dos BRICs e outros emergentes de escala (Argentina, Coréia do Sul, Turquia, etc), decidiram subscrever cerca de 500 bilhões de dólares adicionais para o FMI, fortalecendo esse órgão na sustentação das economias em crise (Grécia, Espanha, Itália). Na ocasião ainda, os Estados Unidos instaram os europeus a revisar os programas de assistência aos endividados, dando mais fôlego a gregos e espanhóis para a reorganização das finanças dessas nações pressionadas pela crise global.

ANÁLISE

Com o dinheiro arrecadado (ou pelo menos prometido), o FMI poderá enfim se habilitar ao exercício do papel com que foi concebido por Lord Keynes, no imediato pós-guerra: atuar como agente estabilizador das finanças mundiais. O que não tem feito por uma visão míope de dirigentes de baixa qualidade – o que é lamentável. Doutro lado os norte-americanos liderados pelo presidente Obama têm razão em pedir mais prazo para o ajuste grego: a insistência em forçar o paciente a pagar logo seu débito só contribui para agravar e espalhar a crise que se arrasta desde 2008.

3. SEM GOLPE BAIXO

OS FATOS

O prefeito Luciano Ducci, que concorre à reeleição, foi alvo de reportagem da Revista Veja, última edição, com acusações de aumento do seu patrimônio pessoal em nível injustificado depois que assumiu a Prefeitura de Curitiba. Rebatendo, na segunda-feira, Ducci se dirigiu ao Ministério Público e deu entrevista coletiva, para explicar que sua evolução patrimonial decorreu de doação de bens do sogro em favor de sua esposa conforme registrado nas declarações de renda.

ANÁLISE

A matéria daquela revista semanal de notícias comporta um reparo de natureza ética: foi publicada sem ouvir o outro lado – o acusado. Segundo, o prefeito Ducci (cuja esposa provém de uma família de empreendedores radicada no norte paranaense) pode ter sido vítima de um modo de ação política infelizmente ainda em voga no país: o de lançar factóides no ar sem autoria conhecida, para denegrir adversários. Será razoável esperar que a campanha eleitoral a ser aberta com as convenções deste mês transcorra em clima positivo, no melhor espírito republicano – com os candidatos expondo seus planos para a escolha dos cidadãos-eleitores.

MISCELÂNEAS (I)

Senador Edison Lobão, licenciado para exercer o cargo de ministro de Minas e Energia, revelou que voltará à Casa de Leis para concorrer à presidência. Na sucessão de José Sarney e com as bênçãos da presidente Dilma =/= A crise surgida no caso “Cachoeira”, envolvendo denúncias de ameaças e acusações mútuas dos juízes encarregados precisa ser esclarecida. Uma justiça autônoma e livre é um dos princípios fundamentais da sociedade democrática =/= Uma solução: implantar o julgamento de casos complexos por juízes colegiados – sugere o professor Pablo Cerdeira, da Fundação Getulio Vargas =/= Em São Paulo, na corrida para a eleição municipal da capital, o PT acabou atropelado pela aliança com o ex-prefeito e atual deputado Paulo Maluf. A pré-candidata a vice, Luiza Erundina (PSB), escolhida três dias antes, não gostou e renunciou.

MISCELÂNEAS (II)

Miriam Gonçalves, advogada e coordenadora do programa municipal do PT para Curitiba, foi indicada para vice de Gustavo Fruet. Ela comporá a chapa a ser formada em coligação com o PDT e outras legendas =/= Pré-candidato a prefeito, também de Curitiba, deputado federal Ratinho Filho, desfilando na Boca Maldita, sábado passado. Estava acompanhado, entre outros, por Borges dos Reis (ex-vereador) e Renato Adur (ex-deputado estadual) =/= Na segunda, Ratinho firmou aliança com o PC do B, que indicou para sua vice a militante Elza Campos. Prestigiando, a deputada gaucha Manuela D’Avila, que concorre à Prefeitura de Porto Alegre =/= No PMDB haverá bate-chapa entre Rafael Greca (apoiado pelo senador Roberto Requião) e Reinhold Stephanes Jr. (indicado por líderes dissidentes da legenda) =/= Ex-governador Orlando Pessuti alugou escritório no Centro Cívico, defronte à Praça Rio Iguaçu, bem junto ao palácio (das Araucárias) que ocupou até há pouco.

Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
e pela Coordenação da Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
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