Novos acordos bilaterais elevam Brasil à condição de parceiro estratégico global da China, anuncia Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (21), na Rio+20, que o Brasil fechou diversos acordos bilaterais com a China. “Os contratos vão aproximar os dois países. As parcerias foram feitas no âmbito comercial, tecnológico e financeiro”, afirmou. “Os negócios elevam o Brasil à condição de parceiro estratégico global da China”, acrescentou.

O entendimento foi firmado em reunião bilateral entre a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, durante a Rio+20. Os dois países também firmaram acordos na área cultural, informou o Ministério da Fazenda.

Mantega ressaltou a importância da parceria comercial. Segundo ele, a China representa 17% do comércio brasileiro (US$ 77 bilhões) e é o principal parceiro comercial do país. “Queremos uma expansão em investimentos recíprocos: de empresas chinesas no Brasil e brasileiras na China. E diversificação da pauta comercial”, disse.

De acordo com ministro, a Embraer firmou um contrato de leasing com o governo chinês para a exportação de aviões. Além disso, o acordo prevê a instalação de uma fábrica da Embraer naquele país. “Isso é muito bom porque o Brasil é um grande exportador de commodities, mas nós queremos comercializar manufaturados também”, explicou.

Mantega adiantou que o Brasil quer a China como parceira nas áreas automotiva e de petróleo e gás, principalmente.

Troca de moedas

A negociação com a China permitirá ainda a realização de swap (troca) de moedas entre os dois países, em caso de necessidade. As trocas podem chegar a R$ 60 bilhões ou CNY 190 bilhões de yuans. Segundo a Fazenda, a iniciativa é um desdobramento da reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), realizada na última segunda-feira (19) em Los Cabos (México).

Na ocasião, os cinco países concordaram em dar início a discussões sobre a possibilidade de realização de swaps de moedas entre os países do grupo e também para a criação de um pool de reservas dos Brics, de modo a reforçar a solidez e solidariedade econômico-financeira dessas nações, fortalecendo-as diante de crises internacionais, como a que o mundo passa atualmente. Juntos, os Brics possuem o maior volume de reservas internacionais do mundo (com US$ 4,5 trilhões). O acordo deve ser formalmente assinado na próxima semana.

Tecnologia e Educação

Segundo o ministro, na área tecnológica, mais especificamente na espacial, os dois governos vão lançar em novembro um satélite sino-brasileiro. Em 2014, outro satélite será lançado em parceria. Além disso, Brasil e China firmaram um protocolo em Educação para o programa Ciência sem Fronteiras, com o objetivo de ampliar o espaço para a cultura de ambos países.

“Vamos ampliar de 50 para 250 bolsas de estudo por ano para o Brasil. Outras 600 vagas sem custo para o governo brasileiro foram firmadas”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, presente à cerimônia. Mercadante afirmou ainda que os países trabalharão em cooperação nas áreas de pesquisa, tecnologia, nanotecnologia e telecomunicações.

Fonte: Portal Planalto