Fatos Políticos da semana em análise

1. CONJUNTURA MELHORA

OS FATOS
Os europeus reunidos num encontro de cúpula neste fim de semana, adotaram medidas que, finalmente, vai destravando o “imbróglio” representado por uma arquitetura imperfeita da moeda comum. Para salvar o euro concordaram em financiar os bancos da região diretamente através do Fundo de Estabilização (antes o dinheiro teria que passar pelos governos – que assim aumentavam sua dívida). Adotaram ainda, um mecanismo de liquidez comunitária da ordem de 130 bilhões de euros, cerca de 1% do PIB conjunto.Os europeus se dispõem – Alemanha inclusa – a reforçar a supervisão bancária de forma unificada.

ANÁLISE
O caso europeu é exemplar de como os governantes atuam, tomando decisões quando “a água bate pelo peito”. O premier italiano, professor Mário Monti, foi atuante no processo, ao conseguir conseguir sua colega alemã, Ângela Merkel, de que o continente estava à beira do colapso e precisava tomar decisões firmes – mesmo com o risco de desagradar parcelas do público interno de cada país. Ainda é pouco, mas esse passo já está aliviando os mercados financeiros pelo mundo afora.

2. CAUTELA COM PARAGUAI

OS FATOS
A reunião de cúpula do Mercosul, em celebração nesta sexta-feira na Argentina, teve sua agenda – que estava bem magra – recheada com a recente crise de transição política no Paraguai. Os países do bloco se dispõem a suspender o exercício de membro da República Paraguaia enquanto não recolherem esclarecimentos sobre a situação do país vizinho. Doutro lado há uma iniciativa para a recepção da Venezuela como membro pleno: a restrição ao ingresso do país atualmente presidido pelo sr. Hugo Chaves partia do Senado do Paraguai.

ANÁLISE
A estridência inicial dos demais países do Mercosul quanto ao caso paraguaio foi suavizada, com a cautela voltando a imperar. Quanto ao Brasil a linha tradicional da diplomacia sempre foi de respeito à autodeterminação dos povos, o que implica uma atuação criteriosa em relação ao Paraguai na ação recente de afastar o sr. Fernando Lugo da presidência por decisão soberana de seu Congresso Nacional. Para evitar mal-entendidos que se coloquem fora do ritual diplomático o ideal seria o governo unificar sua linha no Ministério das Relações Exteriores: afinal os diplomatas do Itamaraty são preparados para a função – especializada e delicada – das relações internacionais.

3. VEZ DA INFRA-ESTRUTURA

OS FATOS
Após lançar programas de incentivo ao consumo interno e ao comércio exterior o governo Dilma lança um novo plano. Agora para incentivar o investimento em infra-estrutura, mediante linha de crédito para o financiamento de máquinas para obras em prefeituras e outros entes públicos. Também foi rebaixada a taxa de juros de longo prazo operada pelo BNDES, agilizando a aquisição de bens de produção por parte das empresas – ao lado de outras ações para ativar o mercado interno. No lançamento a presidente Dilma reconheceu a gravidade da crise geral, recomendando: “Não podemos dançar à beira do precipício”.

ANÁLISE
O esforço do governo federal para operar num processo contra-cíclico é louvável, dado que o Brasil começa a sentir os primeiros reflexos da contração nas economias industrializadas, com a redução das atividades na Europa e Japão, entre outras regiões e países. O contraponto vem dos Estados Unidos, onde a demanda por casas usadas e produção industrial dá sinais de recuperação, embora ainda tênue – segundo admitiu o presidente do Banco Central americano, Bem Bernanke – e da China, que anunciou um novo pacote de estímulo à economia. Ao anunciar o novo programa, voltado para a produção, o governo responde inclusive às críticas da oposição expressas, entre outras, pelo senador Aécio Neves (que reivindica uma atuação mais consistente e de longo prazo).

4. JOGO ABERTO

OS FATOS
O jogo está aberto para a eleição municipal de Curitiba, com quatro candidaturas principais já colocadas. Os postulantes desse primeiro escalão representam partidos ou frentes partidárias de maior densidade e, até que saia a primeira pesquisa após a abertura da campanha, estão disputando em condições mais ou menos igualitárias. São eles: o atual prefeito Luciano Ducci (PSB mais PSDB e outras legendas), Gustavo Fruet (PDT mais PT e legendas menores), Ratinho Junior (PSC e partidos coligados) e Rafael Greca (PMDB). Ainda concorrerão candidatos de outros partidos, de menor escala política mas essenciais para o reforço da legitimidade democrática.

ANÁLISE
As chapas completas – com a escolha dos postulantes a vice-prefeito mais chapas de vereadores – deverão ser formalizadas até amanhã, quando se encerra o prazo para a celebração das convenções locais. Só então será possível saber definitivamente a abrangência e força de cada coligação, com razoável indicação da densidade eleitoral das candidaturas principais. De novidade a consolidação da candidatura do ex-prefeito Rafael Greca pelo PMDB, numa decisão tomada no último fim de semana, a confirmar a hegemonia do ex-governador e atual senador Roberto Requião sobre a legenda peemedebista na capital paranaense.

MISCELÂNEA (I)

A opinião pública aprova a gestão da presidente Dilma, indica pesquisa Ibope-CNI. A governante garantiu aprovação de 77%, enquanto a aceitação de seu governo subiu para 59% =/= Anteprojeto de novo Código Penal elaborado por encomenda do presidente do Senado é denso em firulas que provocaram polêmica. Mas tangencia problemas graves de organização da sociedade, indicando a necessidade de aperfeiçoamento no exame pelo Congresso =/= Supremo relativizou restrições do sistema de “ficha limpa”: candidatos podem se inscrever se apresentarem contas da gestão pública anterior =/= PSD, partido criado por inspiração do prefeito paulistano Gilberto Kassab, ganhou direito à propaganda no radio e TV.

MISCELÂNEA (II)

Supremo finalmente marcou data para o inicio do julgamento do “Mensalão”. Marcado para julho o ato decisivo sobre o processo do senador Demóstenes Torres. No primeiro estágio – Conselho de Ética do Senado – o ex-moralista-mór da República teve reprovação unânime, mas ainda precisa ser julgado pela Comissão de Justiça e após, pelo plenário =/= O apoio do ex-prefeito e deputado Paulo Maluf à candidatura de Fernando Haddad “pegou” mal no eleitorado paulistano. Entre os petistas há forte rejeição à aliança =/= Rejeição expressa na pesquisa Datafolha, que indicou queda no índice do ex-ministro da Educação. Serra continua liderando, seguido de Celso Russomano, escorado em sua presença na tevê.

MISCELÂNEA (III)

Formalizada na área situacionista municipal a indicação do deputado federal Rubens Bueno para vice na chapa do prefeito Luciano Ducci. O anuncio público, ontem, mostra terem sido superados os constrangimentos derivados de declarações polêmicas da filha do postulante, a vereadora Renata Bueno =/= Em Foz do Iguaçu mudança de chapa: o jornalista Gilmar Piolla (ex-dirigente de comunicação de Itaipu) passa a vice do candidato Chico Brasileiro =/= Em fase de estruturação o Observatório Social de Curitiba. A reunião de lançamento será nesta segunda, dia 2, no auditório do Conselho Regional de Economia.

Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
e pela Coordenação da Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
e Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná

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