Tecnologias da Unioeste despertam interesse de empresários do país

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) está prestes a assinar novos contratos de transferência/licenciamento de tecnologia desenvolvida pelo projeto Pró-Natureza Limpa, no campus de Toledo da instituição, assim como já fez com empresários do Recife (PE). Uma empresa do Mato Grosso pretende fabricar reatores desenvolvidos pela Unioeste, utilizando a tecnologia da rotomoldagem; enquanto outra empresa vai fornecer a matéria-prima a partir de resíduos plásticos.

O coordenador do projeto, Camilo Mendoza Morejon, do curso de Engenharia Química, conta que os empresários do Mato Grosso conheceram algumas das inovações desenvolvidas por professores e alunos dos cursos de Engenharia Química, Química, Ciências Econômicas e Agronomia da Unioeste, a partir do acordo assinado com a empresa Pernambuco Biosolos Ltda, de Recife.Neste primeiro momento, a empresa pernambucana está construindo uma usina para o processamento de 40 toneladas de resíduos orgânicos domésticos, visando à agregação de valor, com base de tecnologia desenvolvida na Unioeste. Nessa instalação, em princípio, foi identificada a necessidade da construção de 1,2 mil reatores modulares e 1,2 mil células de evaporação/desidratação solar, todos feitos de plástico.

A tecnologia paranaense chamou a atenção do empresário Hélio da Igreja, proprietário da Empresa Multipet, que atua na fabricação de máquinas sopradoras de plástico. Ele pretende construir reatores e utilizar resíduos de plástico da Plastibras Indústria e Comércio, do empresário Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan, que também é vice-presidente tanto da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso como da Confederação Nacional das Indústrias (CNI-Brasil). Ele precisava dar destinação final a 18 mil toneladas de resíduos plásticos.

PROJETO É VIABILIZADO – “Era a peça que faltava. Agora, uma vez identificadas e definidas a importância de cada um dos atores do processo, será possível viabilizar de forma mais efetiva a criação de novos modelos de negócios com base do aproveitamento/industrialização de resíduos”, comentou o professor Camilo.

De um lado, o modelo de negócio e a tecnologia ambiental desenvolvida pela Unioeste, que está em fase de implantação em Pernambuco, possibilitarão um melhor aproveitamento da fração orgânica do lixo urbano doméstico (69% do lixo total) e, por sua vez, a matéria-prima para a construção dos reatores e das células de evaporação/desidratação virá da reciclagem do plástico. “Isto propiciará uma melhor valoração dos resíduos, com impactos positivos no meio ambiental, na sociedade e com retornos econômicos”, afirma o professor.

“O projeto é inovador e factível”, disse Alexandre Furlan, destacando, a partir de agora, a necessidade do envolvimento de uma cadeia de pessoas, que vem desde a academia (caso da Unioeste) até os empresários, responsáveis pela formatação do negócio, pela geração de empregos e pela introdução dos produtos no mercado. “Isso aqui é um noivado, ainda não é um casamento, mas é um noivado que tende a dar bons frutos para o futuro”, observou o empresário.

Fonte: ABr