*Cósme Polêse
A Itália serve de exemplo para o atual desafio que Santa Catarina enfrenta na ampliação da oferta do gás natural a novas regiões. A região norte do país Europeu é mais desenvolvida que a região sul, além de melhor articulação com o restante da Europa a “ala norte” italiana tem renomadas marcas instaladas como a Fiat, Pirelli e Barilla. Não por acaso foi essa a região que contou pioneiramente com o gás natural.
Nosso Estado vivencia a mesma lógica. A vertente atlântica, que compreende nosso extenso litoral, é amplamente abastecida e favorecida pelo gás natural, desenvolvida e com inúmeras indústrias instaladas de diversos segmentos entre eles os consagrados setores cerâmico, metal mecânico, têxtil e de vidros e cristais.
Contudo, o interior catarinense sedento pelo insumo, possui segmentos como da indústria alimentícia e de papel e celulose que não contam com o energético em seus processos produtivos, onde as regiões Planalto Norte, Serra, Meio Oeste e Oeste ficam privadas do processo de desenvolvimento socioeconômico, papel que o energético cumpre fielmente.
A democratização e interiorização da oferta do gás natural deve ser meta das áreas estratégicas de Santa Catarina, levando desenvolvimento e competitividade a novas regiões e estancando o histórico processo migratório do interior ao litoral. Nossa missão é investir em infraestrutura de transporte e distribuição de gás natural, além de lutar pela ampliação do suprimento à Região Sul, hoje privada de maior oferta.
Para que retomemos a ótica do investimento o equívoco de constantes disputas tarifárias deve chegar ao fim, assim como a atual lógica da concessão de distribuição que tem como modelagem a captação no mercado dos recursos, o que aprofunda as desigualdades no abastecimento.
Precisamos de um novo olhar para que ações efetivas levem a reposicionar a atual lógica de atendimento do insumo, o que passa necessariamente por uma melhor regulação.
Cósme Polêse
Administrador e economista, presidente da SCGÁS.
Fonte: Ascom/SCGÁS