Em junho de 2012, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, mostrou variação negativa de 0,3% frente ao mês imediatamente anterior, quarta taxa negativa consecutiva, acumulando nesse período perda de 2,9%. Com isso, o índice de média móvel trimestral apresentou queda de 0,6% no trimestre encerrado em junho frente ao patamar do mês anterior, após registrar resultados negativos em abril (-0,2%) e maio (-0,9%). Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o número de horas pagas na indústria apontou queda de 1,7% no segundo trimestre de 2012, revertendo o avanço de 0,6% verificado nos três primeiros meses do ano.
No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas mostrou, em junho de 2012 (-2,6%), a décima taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Na comparação com iguais períodos do ano anterior, observou-se queda tanto no fechamento do segundo trimestre de 2012 (-2,5%), como no índice acumulado dos seis primeiros meses do ano (-1,9%). A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, ao assinalar recuo de 1,4% em junho de 2012, permaneceu com a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (4,5%).
Em junho de 2012, o número de horas pagas recuou 2,6% no confronto com igual mês do ano anterior, com taxas negativas em doze dos quatorze locais e em quinze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as principais influências negativas vieram de vestuário (-9,7%), calçados e couro (-7,9%), produtos de metal (-5,0%), meios de transporte (-3,8%), outros produtos da indústria de transformação (-5,4%), borracha e plástico (-4,3%) e papel e gráfica (-4,1%). Em sentido contrário, alimentos e bebidas (1,8%), indústrias extrativas (4,8%) e produtos químicos (2,4%) assinalaram os resultados positivos nesse mês.
Entre os locais, ainda na comparação com igual mês do ano anterior, São Paulo (-4,4%) apontou a principal influência negativa sobre o total do país, pressionado em grande parte pela redução no número de horas pagas nos setores de produtos de metal (-13,8%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,5%), meios de transporte (-6,6%), metalurgia básica (-19,5%), vestuário (-10,2%), têxtil (-4,9%), borracha e plástico (-3,6%) e papel e gráfica (-4,0%). Vale mencionar também os impactos negativos assinalados por Rio Grande do Sul (-4,4%), em função, principalmente, dos recuos registrados em calçados e couro (-12,9%), borracha e plástico (-12,3%), meios de transporte (-6,9%) e outros produtos da indústria da transformação (-5,7%); Região Nordeste (-3,0%), devido, sobretudo, à retração verificada em calçados e couro (-6,3%), vestuário (-7,1%) e alimentos e bebidas (-2,0%); Região Norte e Centro-Oeste (-1,8%), pressionada, em grande medida, pelos recuos vindos de outros produtos da indústria da transformação (-23,5%), minerais não metálicos (-11,5%) e borracha e plástico (-16,0%); Bahia (-5,6%), explicado, especialmente, pelas quedas observadas em calçados e couro (-18,4%) e de alimentos e bebidas (-7,9%); e Santa Catarina (-2,1%), por conta principalmente dos setores de vestuário (-12,4%), madeira (-14,9%) e calçados e couro (-21,1%). Por outro lado, Paraná (2,1%) exerceu a principal contribuição positiva no total do número de horas pagas, impulsionados, em grande parte, pelas expansões vindas dos setores de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (42,8%) e alimentos e bebidas (4,3%).
Em bases trimestrais, o número de horas pagas apontou queda de 2,5% no segundo trimestre de 2012, quarta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais intensa dessa sequência. A perda de dinamismo do número de horas pagas entre o primeiro (-1,3%) e o segundo (-2,5%) trimestres de 2012 foi acompanhada por dez setores e doze locais. Entre as atividades, as maiores reduções de ritmo entre os dois períodos foram registradas por alimentos e bebidas, que passou de 3,3% nos três primeiros meses do ano para 0,6% no trimestre seguinte, meios de transporte (de 1,1% para -2,5%), outros produtos da indústria de transformação (de 0,9% para -4,1%), máquinas e equipamentos (de 3,0% para 0,8%) e vestuário (de -7,0% para -8,9%), enquanto, entre os locais, Pernambuco (de 2,7% para -2,2%), Rio Grande do Sul (de -0,4% para -3,3%), Bahia (de -2,4% para -4,9%) e Região Nordeste (de -0,6% para -2,6%) foram os que mais desaceleraram.
No índice acumulado do primeiro semestre de 2012 houve recuo de 1,9% no número de horas pagas, com quatorze dos dezoito setores pesquisados apontando taxas negativas. Os impactos negativos mais relevantes na média global da indústria foram verificados nos ramos de vestuário (-8,0%), produtos de metal (-5,2%), calçados e couro (-6,5%), têxtil (-4,6%), borracha e plástico (-3,8%), papel e gráfica (-4,0%), madeira (-8,8%) e metalurgia básica (-4,8%). Em sentido oposto, o setor de alimentos e bebidas (1,9%) exerceu a principal contribuição positiva sobre o total do número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, seguido por máquinas e equipamentos (1,9%), indústrias extrativas (4,2%) e produtos químicos (1,2%). Em nível regional, onze dos quatorze locais apresentaram taxas negativas, com destaque para o recuo de 4,1% registrado por São Paulo, vindo a seguir as perdas da Região Nordeste (-1,6%), Santa Catarina (-2,2%), Rio Grande do Sul (-1,9%), Bahia (-3,7%) e Região Norte e Centro-Oeste (-0,8%). Em contrapartida, Paraná (1,9%), Minas Gerais (1,2%) e Pernambuco (0,4%) assinalaram as taxas positivas no índice acumulado de janeiro a junho de 2012.
Em síntese, o emprego industrial e o número de horas pagas na indústria, em junho de 2012, apontaram pelo quarto mês seguido resultado negativo frente ao mês imediatamente anterior, refletindo em grande parte o menor dinamismo que marca a produção industrial nos últimos meses. A evolução do índice de média móvel trimestral reforça esse quadro de menor intensidade no mercado de trabalho do setor industrial, já que esse indicador permanece com o comportamento predominantemente negativo desde o final de 2011. Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o menor dinamismo também fica evidenciado nos resultados negativos do segundo trimestre de 2012, uma vez que o total do pessoal ocupado assalariado recuou pelo terceiro trimestre consecutivo e o número de horas pagas apontou a perda mais intensa desde o segundo trimestre de 2009.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o emprego industrial e o número de horas pagas na indústria prosseguiram em junho de 2012 assinalando taxas negativas, com o primeiro apontando a perda mais intensa desde dezembro de 2009 e o segundo o décimo resultado negativo consecutivo. Com isso, o índice para o fechamento do segundo trimestre de 2012 intensificou o ritmo de queda frente ao resultado dos três primeiros meses do ano, ambas as comparações contra igual período do ano anterior, tanto no total do pessoal ocupado assalariado, que passou de -0,8% para -1,6%, como no número de horas pagas (de -1,3% para -2,5%), acompanhando o movimento de redução também verificado na produção industrial (de -3,1% para -4,5%). No indicador acumulado para o primeiro semestre do ano também se observou esse quadro de queda, com perfil disseminado de taxas negativas entre os locais e os setores investigados.
Fonte: Comunicação Social IBGE
10 de agosto de 2012