1. NOVELA EUROPEIA
OS FATOS
Continua a indefinição em torno da economia dos países industrializados (Estados Unidos, bloco da Europa e Japão), contribuindo para reduzir o ritmo de expansão da atividade no conjunto internacional. O problema mais grave se concentra nos países europeus da zona da moeda comum, o euro, ante a dificuldade do Banco Central Europeu em prover liquidez para nações endividadas, principalmente a Grécia – que pediu mais prazo para quitar seus débitos com a comunidade. Enquanto isso o Banco Central dos Estados Unidos se prepara para mais uma emissão de dinheiro, destinada a lubrificar a economia. E o mais dinâmico dos emergentes, a China, começa a atravessar uma “bolha” de magnitude ainda não revelada, no campo imobiliário e setores afins, com desaceleração generalizada.
ANÁLISE
Analistas avaliam que as dificuldades se arrastarão por mais cinco anos, completando uma década de estagnação: a crise foi aberta em 2007 com o colapso da bolha financeira dos Estados Unidos (operações de superendividamento na casa própria, o “subprime”). Em linha com tal projeção, antes de superado o processo eleitoral os Estados Unidos não terão condições de lançar uma iniciativa cabal para a crise e, por outro lado, o governo alemão da premier Angela Merkel só se manifestará após sua eleição geral marcada para 2013 (na hipótese de sobreviver até lá).
2. FUGIR DA BOLHA
OS FATOS
Entre nós o governo federal, finalmente, tomou ciência do risco da repetição de igual processo, com a queda no preço dos imóveis afetando diretamente o mercado da construção civil e por extensão, o rendimento dos fundos de financiamento habitacional. Por isso canalizou os novos investimentos com fundos públicos (leia-se BNDES) para a infra-estrutura, com o pacote de concessões lançado na semana anterior.
ANÁLISE
O sinal amarelo foi aceso quando construtoras passaram a oferecer imóveis prontos com bônus de até 33% do valor de mercado, indicando uma saturação da capacidade de compra dos consumidores potenciais de tais bens. Além dos Estados Unidos note-se que a febre imobiliária foi o principal motivo da atual crise da economia da Espanha, após a embriaguez de construções e aquisições financiada pela miragem da moeda forte, o euro. A bolha imobiliária entre nós pode ser contida, se o governo demonstrar bom senso em equilibrar demanda por modernidade e conforto urbanos com a necessidade de geração de produtos exportáveis – fundamentais numa sociedade em crescimento.
3. RESPEITO AO FEDERALISMO
OS FATOS (I)
O lançamento do plano de concessões em infra-estrutura, anunciado na área do Ministério dos Transportes, causou comoção no Paraná. A primeira versão, anunciada semana passada, previa um tronco ferroviário que partiria do sul do estado de Mato Grosso do Sul (Maracaju) rumo ao porto de Rio Grande, passando pelo Oeste paranaense mas sem conexão com a ponta da linha da Ferroeste em Cascavel. Com isso as cargas coletadas nessa área seriam canalizadas para portos catarinenses e gaúchos, tangenciando o porto de Paranaguá. Por isso, imediatamente após anunciado, lideranças paranaenses iniciaram movimentação, que culminou com viagem de uma delegação a Brasília, para encontro com ministros e autoridades. fundamentaisiedade em crescimento. ecessidade de geraçm equilibrar demanda por “lempeu em prover liquidez para naç
OS FATOS (II)
O encontro, realizado no gabinete da ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, contou com a presença do presidente indicado para a Empresa de Planejamento de Logística, Bernardo Figueiredo que, juntos, esclareceram não ter sido o plano detalhado por falta de definição sobre a linha atual entre Cascavel e Paranaguá (problema do ramal Guarapuava-Ponta Grossa e do trecho Curitiba-Paranaguá pela Serra do Mar). Mas haverá conexão do novo eixo nacional com a linha paranaense até o porto de Paranaguá, com utilização de um modelo de bitola dupla ou similar. Outra hipótese é a construção de um sistema binário: as cargas viriam até Paranaguá pelo ramal Mafra-S.Francisco do Sul-Paranaguá e subiriam pelo atual traçado sobre a Serra do Mar.
ANÁLISE (I)
A reação inicial ao pacote de concessões derivou de duas situações: a primeira é que, anunciado sem detalhamento, ele teria sido elaborado sem articulação com as autoridades estaduais – no caso, paranaenses -, demorando-se apenas na esfera da União. Nessa dimensão ele repetiu estudo anterior – o não concretizado Plano Nacional de Logística de Transportes – que também tangenciava o Paraná, cortando seu território com a provável linha ferroviária que partiria de Mato Grosso do Sul (Maracaju) rumo ao porto de Rio Grande, passando pelo Oeste paranaense mas sem conexão com a Ferroeste em Cascavel. No encontro de quarta em Brasília o seu formulador explicou que a ausência se deveu à demora na resposta paranaense sobre se teria interesse em juntar a Ferroeste ao projeto.
ANÁLISE (II)
Mas, embora ressalvando a importância atual de Paranaguá, numa escala futura o Porto de Paranaguá perderia relevância em favor de grandes terminais portuários concentradores de tráfego oceânico, os “hubs” – entre os quais estaria o “superporto” do Rio Grande. A realidade atual é que Paranaguá, Santos e outros “portos menores” concentram a movimentação de cargas gerais e de “commodities” de nossa economia agroexportadora. Assim, Paranaguá deve ser considerado como uma das maiores áreas de escoamento das safras e a principal porta de entrada de fertilizantes para as lavouras do centro-meridional brasileiro.
4. REFORMA EM PAUTA
OS FATOS
A propaganda política gratuita (para os candidatos) começou nesta semana no rádio e tevê, cobrindo as eleições municipais em Curitiba e nas cidades onde existem emissoras. Com essa ampliação da cobertura do pleito a campanha eleitoral começa para valer, beneficiando os candidatos dos principais partidos ou coligações. Mas no início os programas se dedicam a fazer a apresentação dos postulantes, com suas biografias recheadas de aspectos familiares e profissionais. Em paralelo as ruas passam a ser povoadas por placas publicitárias dos candidatos a prefeito e vereadores, estes mais vinculados aos bairros onde já exercem alguma liderança social.
ANÁLISE
A pletora de candidatos a vereador – mais de cinco mil em Curitiba – e a indiferenciação das mensagens que eles imprimem nos “santinhos” de propaganda, além dos cartazes espalhados pela cidade indicam a conveniência de uma reforma política capaz de imprimir alguma lógica ao processo eleitoral no Brasil. Uma charge em jornal de circulação nacional expressa essa urgência: uma cena ilustrando o “inferno de Dante” mostra o visitante daquele reino subterraneo perguntando ao seu guia, o poeta Virgílio – ante um aglomerado de seres amontoados – se os habitantes do Hades estão agrupados por partidos. “No princípio era assim, mas com tempo foi virando uma coisa só!”. Esse um defeito menor do sistema de voto proporcional em lista aberta; o outro, mais grave, é a fragilidade da representação, que distancia o político do cidadão-eleitor, quando não enseja desvios funcionais popularmente chamados de “corrupção”.
MISCELÂNEAS (I)
O governo da Inglaterra recuou da intenção inicial de invasão da embaixada do Equador, onde se refugia o blogueiro do Wikileaks Julian Assange. Assustou-se com a reação mundial contra um evidente ato incivilizado, de violação do direito de asilo =/= Na Venezuela surgem sinais de avanço da oposição, representada pelo candidato Capriles, a mostrar que a reeleição de Chavez não pode ser contada como certa =/= Nos Estados Unidos a polarização entre republicanos e democratas toma corpo com a escolha de um vice radical para o candidato Mitt Romney, que concorre com o presidente Obama.
MISCELÂNEAS (II)
Pesquisas eleitorais lançadas antes do início da propaganda eleitoral gratuita indicam um quadro surpreendente, que pode mudar: em São Paulo o candidato Celso Russomano ultrapassou o ex-prefeito José Serra =/= Julgamento do “Mensalão” prossegue no Supremo, ante a dúvida sobre se o ministro Cezar Peluso, que se aposenta em setembro, atuará em todo o processo =/= Fernando Henrique e Aécio Neves, estrelas tucanas, revoando por Curitiba em eventos distintos: o primeiro num fórum universitário, o segundo em campanha eleitoral =/= Já Lula, a figura mais vistosa do PT, pontificou na fase inaugural da propaganda eletrônica em várias cidades.
AGENDA
Lei do Paraná:
Dia 29, abertura das comemorações dos 159 anos de emancipação política do Estado do Paraná – Local: Associação Comercial, rua Quinze, Curitiba.
Semana da Pátria, de 1º a 7 de setembro:
Dia 3, Conferência Magna da Independência, no auditório do MON (Museu do Olho), pelo príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança.
Dia 4, no campus Tiradentes do Centro Universitário Uninter, Mesa Redonda sobre o sentido da independência, hoje.
Rafael de Lala,
Presidente da Associação Paranaense de Imprensa – API
Coordenação da Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
e Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná
E-mail: api1934@gmail.com Twitter: @Apimprensa
Contato:
(41) 3026-0660 / 3408-4531/ 9167-9233
Rua Nicarágua, 1079 – Bacacheri – Curitiba/PR