Quase duas Bolívias de GNL em 2016

Projetos da Petrobras atingirão 55 milhões de metros cúbicos/dia

Até 2016 a Petrobras terá capacidade de regaseificar 55 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural liquefeito (GNL, ou gás natural na forma líquida), quase o dobro do volume de gás importado da Bolívia, de 30 milhões de metros cúbicos diários. A informação foi dada em 22/08/12 pelo diretor de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro, ao detalhar o Plano de Negócios 2012/16 da companhia. Do total dos US$ 236,5 bilhões a serem investidos no período, US$ 13,5 bilhões serão nos projetos de gás e energia.

Segundo o diretor, até o fim deste ano aumentará a capacidade do terminal de GNL de regaseificação (que passa o gás de líquido para gasoso) da Baía de Guanabara, dos atuais 14 milhões de metros cúbicos diários para 20 milhões. Além do terminal de Pecém, no Ceará, com 7 milhões de metros cúbicos diários já em operação, está previsto para ser concluído em setembro de 2013 o terminal de GNL da Bahia, com mais 14 milhões de metros cúbicos. Um quarto terminal, o de Barra do Riacho, no Espírito Santo, está previsto para 2016, com mais 14 milhões de metros cúbicos/dia.

– Com esses projetos, atingiremos um volume de até 55 milhões de metros cúbicos por dia de regaseificação, o que significa quase duas Bolívias – disse Santoro, referindo-se ao gasoduto entre aquele país e o Brasil.

Os terminais de GNL foram desenvolvidos pela Petrobras após 2006, junto a outros projetos de ampliação da oferta nacional, para reduzir a forte dependência do gás boliviano. Em 1º de maio de 2005, o presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou as reservas de gás do país e chegou a colocar o Exército nas portas das refinarias da Petrobras.

Pelos dados apresentados por Santoro, a dependência Boliviana do Brasil, hoje de 30,3%, vai diminuir nos próximos anos. A oferta total de gás natural prevista para 2016 será de 139 milhões de metros cúbicos/dia, sendo que a fatia oriunda da Bolívia será de 21,5%. Para 2020, a Petrobras prevê oferta de 168 milhões, sendo 17,8% de gás boliviano; o restante virá da produção nacional e de GNL.

O contrato de importação do gás da Bolívia vence em 2019, mas Santoro disse que a Petrobras continuará precisando do produto: – Pela oferta total prevista, temos espaço para crescimento do consumo no país. Mas nós precisamos e vamos precisar do gás boliviano. A Bolívia está sempre em nossos planos.

A Petrobras prevê que em 2016 haverá no mercado um excedente da ordem de 15 milhões de metros cúbicos/dia, considerando-se um consumo projetado de 124 milhões. Já para 2020, a expectativa é de uma sobra de 13 milhões de metros cúbicos/dia, para um consumo de 155 milhões.

Fonte: Ramona Ordoñez, O Globo/ via Gasnet