1. WEB NÃO SUBSTITUI INTERPRETAÇÃO

A Internet é um poderoso meio de comunicação, porém não substitui o jornalismo interpretativo, que continuará a ser expresso através de jornais e revistas. A colocação é do jornalista Victor Navasky, ex-editor da revista norte-americana “The Nation”. Principal publicação da esquerda liberal nos Estados Unidos, a publicação foi dirigida durante três décadas por Navasky, que assinala ser fundamental numa sociedade democrática a existência de veículos capazes de realizar jornalismo interpretativo para exposição intensiva de idéias – o que as frases curtas dos blogs e outros meios “on line” não conseguem fazer.

“Esse jornalismo crítico não representa um órgão partidário, é um lugar onde se pode ter um debate isento sobre questões que fogem ao campo da mídia eletrônica”, afirma o ex-diretor de “The Nation”.

2. ORTOGRAFIA MUDA

31 de dezembro será o prazo para adoção definitiva da nova regra ortográfica da língua portuguesa, nos termos de decreto federal que validou o acordo de modernização entre países lusófonos. Entre as novidades, a abolição de acentos e hifenização de palavras, com vistas a fortalecer o idioma e evitar divergências lingüísticas. Mas há resistências, tanto entre intelectuais brasileiros como, principalmente de Portugal.

3. REVISTA MUDOU SEGURANÇA

Há exemplos que demonstram a influência dos meios impressos. Ensaio publicado na revista “The Atlantic Monthly” em 1982, intitulado “Broken Windows” (Janelas Quebradas), causou tal repercussão que levou a mudanças na luta contra o crime em Nova Iorque. O novo prefeito, Rudolph Giuliani e o chefe de Polícia Willian Bratton, adotaram o ponto de vista do artigo – a tolerância com pequenos delitos amplia a insegurança. Passaram a incentivar as comunidades a fazer pequenos reparos em suas casas, limpar as calçadas e estimular uma vizinhança enquanto repeliam a grande delinqüência. Considerada um caso perdido,  a cidade se recuperou e hoje atrai mais turistas do que o total de seus habitantes. 

4. JORNAIS COBRAM OU LIMITAM CONTEÚDO

Primeiro o jornal “Valor Econômico” introduziu limitação no acesso ao seu conteúdo na rede Internet; agora a Folha de S. Paulo passou a cobrar pelo acesso, na base de R$ 29,90 por cadastro de leitor que exceder 40 acessos (links) por mês. Segundo explicou o jornal, essa é a tendência dos grandes órgãos de comunicação internacionais: o inglês Financial Times, o americano The New York Times e outros. Para o editor executivo da Folha, Sérgio Dávila, “fazer jornalismo de qualidade custa caro”.

A cobrança parcial de acessos através de “muro poroso” – o internauta consegue ler chamadas de primeira página e algumas notícias -, equilibra as receitas entre publicidade paga e custo do leitor-internauta, como no jornal impresso. Para Eugênio Bucci, professor da USP, a combinação de receita publicitária e do usuário mantém a independência editorial das empresas.

5. PERDAS NA IMPRENSA

Primeiro foi o falecimento de Juril De Plácido e Silva Carnascialli, colunista pioneira e uma conselheira emérita da API. Juril, com mais de 60 anos de jornalismo, começou na Gazeta do Povo, incentivada pelo pai – o saudoso Oscar Joseph de Plácido e Silva, um dos fundadores do jornal. Na Associação Paranaense de Imprensa ela foi a conselheira da fase de reestruturação, na década de 1980 (ao lado de Samuel Guimarães da Costa e Danilo Costa Cortes, que também nos deixaram).

Agora, morreu Ronald Sanson Stresser, que ao lado do pai, Adherbal Stresser, foi um dos fundadores do Diario do Paraná, da TV Paraná – Canal 6, da TV Coroados de Londrina e da Radio Ouro Verde, de Curitiba. Em vida, Ronald legou à API vasta documentação sobre os primeiros tempos da API, fundada em 1934 por Adherbal e outros líderes da imprensa.

6. AGENDA

De 12 a 16 de outubro, S. Paulo: 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa. Informações no site: sipsaopaulo.com.br

Hélio Freitas Puglielli, Diretor de Assuntos Culturais.

Rafael de Lala, Presidente da Diretoria

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